ESPMEXENGBRAIND
14 ago 2025
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No 1º semestre de 2025, valor médio pago ao produtor no MT foi o mais alto já registrado, impulsionado por baixa oferta e custos de produção.
Baixa oferta impulsiona alta histórica no valor pago ao produtor.
Baixa oferta impulsiona alta histórica no valor pago ao produtor.

O preço do leite pago ao produtor em Mato Grosso alcançou, no primeiro semestre de 2025, o maior patamar já registrado desde o início da série histórica, em 2015.

Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (11) pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o valor médio foi de R$ 2,31 por litro, representando alta de 14,25% em relação ao mesmo período de 2024.

O levantamento indica que a escalada de preços foi influenciada principalmente pela redução da oferta de leite no estado e pelo aumento dos custos de produção.

Ainda conforme o Imea, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) em Mato Grosso ficou em 51,28%, registrando queda de 3,47 pontos percentuais em comparação ao primeiro semestre de 2024. Esse desempenho marca a menor média de captação desde 2015.

Diferença de preços com a média nacional diminui

O relatório também analisou o Diferencial de Base (DB) entre o preço do leite pago em Mato Grosso e a “Média Brasil”, calculada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

No período, essa diferença ficou em -14,64%, equivalente a -R$ 0,40 por litro — o menor distanciamento desde o primeiro semestre de 2016.

Para especialistas do setor, essa redução no gap de preços entre Mato Grosso e a média nacional indica que a valorização local está acompanhando mais de perto as oscilações do mercado brasileiro, ainda que o estado mantenha valores inferiores à média do país.

Perspectivas para os próximos meses

O Imea alerta que, nos próximos meses, a redução das chuvas e a chegada do pico do período de seca no estado devem pressionar ainda mais a oferta de leite.

Historicamente, a menor disponibilidade de pastagem e a necessidade de suplementação alimentar para o gado encarecem a produção, podendo resultar em novos ajustes de preços.

A tendência de curto prazo, segundo o instituto, é de manutenção da valorização do litro pago ao produtor, especialmente se a oferta seguir restrita e os custos se mantiverem elevados.

Contexto produtivo no Mato Grosso

Mato Grosso ocupa papel relevante no cenário agropecuário brasileiro, mas, no segmento lácteo, enfrenta desafios estruturais.

Entre eles, destacam-se a distância de grandes centros consumidores, a logística de transporte e a necessidade de investimentos em tecnologia para aumentar a produtividade.

Segundo dados complementares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de leite no estado representa cerca de 2% do volume nacional, com predomínio de propriedades familiares e sistemas de produção a pasto.

A seca prolongada, comum na região, impõe um fator limitante ao crescimento do setor.

Impacto econômico e para o consumidor

Embora a alta no preço do leite traga alívio temporário à margem de lucro do produtor, ela também pode repercutir no preço final pago pelo consumidor.

A valorização da matéria-prima tende a se refletir no varejo, especialmente em produtos derivados como queijos e leite em pó.

Além disso, a situação reforça a importância de estratégias de gestão de risco e políticas públicas voltadas para mitigar os efeitos da sazonalidade climática, de modo a garantir maior estabilidade para produtores e consumidores.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Agrolink

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