Depois de meses apresentando queda, a cotação do leite, em Minas Gerais, voltou a crescer em fevereiro, referente à entrega feita em janeiro.
Tendência para março é de nova valorização no preço do leite pago ao produtor no Estado, estimada em 2% | Foto: Eduardo Seidl/Palácio Piratini

Depois de meses apresentando queda, a cotação do leite, em Minas Gerais, voltou a crescer em fevereiro, referente à entrega feita em janeiro. No Estado, o produtor recebeu pelo litro de leite, na média líquida, R$ 2,17, alta de 0,93% em relação ao mês anterior.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o incremento ocorreu em função da baixa oferta, que vem sendo influenciada pelo clima, menor oferta de pastagens, encarecimento dos custos e desestímulo dos pecuaristas frente às quedas consecutivas vistas nos preços.

Com a oferta menor, houve maior disputa também no mercado spot. No Estado, segundo o Cepea, o preço médio do leite spot saltou de R$ 2,05 por litro na primeira quinzena de janeiro para R$ 2,43 por litro na segunda metade de fevereiro, valorização de 18% no período.

Na média líquida do Brasil, após registrar consecutivas quedas desde setembro de 2021, o preço do leite captado em janeiro e pago aos produtores em fevereiro registrou alta de 1,4% em relação ao mês anterior, chegando a R$ 2,139 por litro.

No levantamento do Cepea, a pesquisadora Natália Grigol explica que, nos meses anteriores, o enfraquecimento do consumo de lácteos era o fator preponderante que vinha ditando os movimentos de preços para toda cadeia produtiva desde o último trimestre do ano passado.

“Contudo, a desvalorização do leite no campo somada ao clima adverso e aos elevados custos de produção limitaram a produção de leite em janeiro. Esse cenário resultou em altas nas cotações. Essa inversão na tendência dos preços pode ser considerada um adiantamento do período de entressafra”, avalia.

Segundo o estudo do Cepea, os efeitos do fenômeno La Niña, com fortes chuvas no Sudeste e estiagem no Sul, têm impactado diretamente a produção de leite, visto que a baixa qualidade das pastagens e da silagem prejudicam a alimentação do rebanho.

Natália ressalta que também é preciso considerar que a oferta de grãos tem sido afetada negativamente pelo clima, o que também eleva o preço dos insumos.

“Se, em dezembro, eram precisos, em média, 41,5 litros de leite para adquirir uma saca de 60 quilos de milho, em janeiro, com a queda no preço do leite e a valorização do milho, o pecuarista precisou de, em média, 45,5 litros para a mesma compra. Isso significou uma redução de 9,7% no poder de compra do pecuarista de um mês para o outro. Para piorar, os preços de outros insumos, como suplementos minerais, antibióticos, adubos e corretivos, continuaram subindo, corroendo a margem do produtor de leite”, explica Natália.

Mais alta pela frente

Em Minas, a oferta limitada de leite deve ser mantida, principalmente, pela proximidade do período de entressafra.

De acordo com o  Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite, a tendência para o pagamento em março, referente à produção entregue em fevereiro, é de nova alta. O Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado de Minas Gerais (Conseleite Minas) indica movimentos de alta, em linha com o observado no mercado atacadista e spot. Em Minas Gerais, a elevação esperada é de 2%.

Seus carros alegóricos já foram vistos com frequência, girando silenciosamente pelas ruas do país, entregando litros diários. A fotógrafa Maxine Beuret captura o mundo em extinção dos carros de leite elétricos (e seus motoristas).

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