A concorrência entre as indústrias de laticínios pela matéria-prima (leite cru) fez o preço do leite subir pelo quarto mês consecutivo.
Considerando a média dos dezoito estados pesquisados pela Scot Consultoria, houve alta de 4,5% no pagamento realizado em setembro, que remunera a produção de agosto.
Desde a retomada das altas, no pagamento de maio, o preço do leite ao produtor subiu 23,8% e a média nacional está 29,1% acima do registrado no mesmo período do ano passado.
Do lado da demanda, o escoamento no mercado interno se mostrou firme até setembro, favorecido pelo pagamento dos auxílios emergenciais e da abertura gradual da economia.
Com relação a produção, depois dos aumentos expressivos em julho, o volume de leite captado estabilizou ou caiu em setembro (dados parciais), dependendo do estado. A oferta mais ajustada, principalmente nos estados do Sul do país, colaborou com as altas no preços do leite ao produtor.
Para o pagamento a ser realizado em outubro/20, referente a produção entregue em setembro/20, o viés de alta no mercado do leite deverá perder força, com 48,0% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria apontando para manutenção dos preços pagos ao produtor, mas 43,0% das indústrias ainda estimam altas para o produtor e 9,0% apontam para queda no preço do leite.
Esse cenário poderá mudar (para um viés mais forte de alta), caso as chuvas atrasem ainda mais ou devido a qualquer outro fator que possa refletir em queda na produção (alta nos custos de produção).