Análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP (Universidade de São Paulo) prevê novos aumentos no leite em abril
Análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP (Universidade de São Paulo) prevê novos aumentos no leite em abril
leite
Preço deve continuar subindo. Foto: Leonardo de França/Midiamax.

preço do leite se valorizou em janeiro, fevereiro e março deste ano e, em abril, não será diferente. Pelo menos é o que prevê o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP (Universidade de São Paulo). Em março, por exemplo, o produtor vendeu o litro a R$ 2,13, a indústria de laticínios comercializou a R$ 2,93 e os supermercados repassaram – para a população – a um valor mínimo de R$ 3,40.

Nos supermercados de Campo Grande, o litro de leite já é vendido a mais de R$ 4. O problema, segundo o Cepea, é que os custos para o produtor não param de subir e isso é repassado para toda a cadeia produtiva até chegar ao consumidor final na gôndola do supermercado. Em março, o preço do leite subiu 3,3% para os produtores, chegando a R$ 2,21, na chamada “Média Brasil”, no qual são colocados os preços de todos os Estados e Distrito Federal, com o resultado do somatório sendo dividido por 27. Além disso, esse valor supera em 4,1% ao registrado no mesmo período do ano passado.

De acordo com a análise do Cepea, a valorização do leite no campo ocorre em função do aumento dos custos de produção, que têm limitado os investimentos na atividade e, com isso, o potencial de oferta. O ICAP-L (Índice de Captação Leiteira) do Cepea refletiu esse cenário de oferta limitada e registrou queda de 0,63% de janeiro para fevereiro. É importante frisar que, apesar do preço do leite avançar, isso não significa lucro para o produtor.

Em fevereiro, as indústrias de laticínios enfrentaram competição acirrada para garantir o abastecimento de matéria-prima, fator que elevou os preços do leite ao produtor. Com estoques reduzidos, os laticínios intensificaram a compra de leite no mercado spot – ou seja, entre as indústrias -, visando evitar capacidade ociosa de suas plantas processadoras. Em Minas Gerais, o preço médio saltou de R$ 2,13/litro na primeira quinzena para R$ 2,42/litro na segunda quinzena – uma alta de 13,9%.

Com a matéria-prima mais cara, as indústrias se viram forçadas a fazer o repasse da alta no campo ao preço dos derivados para toda a cadeia produtiva. A pesquisa do Cepea, com o apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) apontou que o valor médio do leite UHT recebido pelas indústrias de laticínios nas negociações com canais de distribuição, em São Paulo, aumentou 5,8% de janeiro para fevereiro, em termos reais, chegando a R$ 3,40/litro. O valor é 8% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Em março, tanto o leite spot quanto os derivados registraram consideráveis altas, indicando que o movimento de valorização no campo deve persistir e se intensificar agora em abril, o que, na linguagem técnica do Cepea, significa o preço do leite captado em março a ser pago em abril. Isso porque não há mais indícios, e sim fatos comprovados, como, por exemplo, a alta do preço médio do leite spot em 15,4% da primeira para a segunda quinzena de março, chegando a R$ 2,93/litro.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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