Após aumento dos preços do leite deixar os consumidores insatisfeitos, novos valores poderão dar folga ao bolso dos moradores de Belo Horizonte. De acordo com o levantamento mais recente do Mercado Mineiro nos principais supermercados da capital, apesar dos custos variados, o produto chegou a ter uma redução de até 18%, comparado ao mês passado.
O economista e coordenador do Mercado Mineiro e do aplicativo comOferta, Feliciano Abreu, explicou que a queda de preços está ligada à redução do consumo. “Por causa do preço, muitos consumidores deixaram de comprar algumas marcas. Com isso, os estabelecimentos passam a renegociar e comprar mais barato, pois ainda estamos no período seco e o custo de produção não diminuiu. Dessa forma, o produtor ganha menos e o consumidor paga muito caro”, contou.
A pesquisa feita entre os dias 23 e 26 de agosto, com o auxílio do aplicativo comOferta, constatou a queda no valor em três marcas de leite. Entre elas, a maior redução foi do leite integral Itambé de 1 litro, que diminuiu o preço médio de R$ 7,66 para R$ 6,27, cerca de 18%. Porém, a variação de preço do produto é de 16,72%.
Já o leite integral Porto Alegre 1 litro reduziu o preço médio de R$ 6,97 para R$ 6,05, uma queda de 13%, com uma variação de 38,08% nos valores. Outro leite integral de 1 litro que baixou o valor foi o da marca Cotoches, de R$ 6,92 caiu para R$ 6,55, cerca de 5,3%. No entanto, o consumidor deverá pesquisar bastante, já que a variação nos supermercados pode chegar a 40,24%, sendo a maior registrada pelo levantamento.
O leite integral Cemil de 1 litro, por sua vez, foi o único que aumentou, segundo a pesquisa. O preço médio de R$ 6,52 cresceu para R$ 6,69, aumento de 2,61%. As demais marcas não tiveram alteração nos valores, como no caso do leite integral Italac, com custo médio de R$ 5,89 e variação de 35,87%.
Derivados ainda com valores altos
Em relação aos produtos variados do leite, os consumidores não encontrarão muita diferença comparado ao mês de julho. A manteiga, por exemplo, não sofreu alteração, como no caso da manteiga Itambé, cujo preço médio é de R$ 25,08, podendo variar em 25,72%. A margarina também não teve mudanças nos valores, sendo que a Delícia 500 gramas está com valor médio de R$ 10,99, não tendo nenhuma variação nos supermercados pesquisados.
Já o quilo da mussarela pode variar entre R$ 37,95 e R$ 55,49, oscilação de 46,22%.
A pesquisa do consumidor também deve ser feita na compra do leite em pó, em que a maior diferença foi encontrada no Leite em Pó Itambé 400g, custando de R$19.80 até R$24.99, variação de 26.21% e preço médio de R$ 21,73.
O Leite em Pó Molico 180g pode custar R$ 18,80 até R$ 21,99, com diferença de 16,97% e preço médio de R$ 19,87.O Leite em Pó Ninho 380g, por sua vez, pode custar R$ 15,99 até R$ 19,98, com alteração de 24,95% e preço médio de R$ 18,42.
Abreu afirma que, com a queda do leite, isso poderá refletir nos valores da manteiga e do queijo. “Tivemos aumento significativos durante a pandemia de COVID-19, foram dois longos anos de crescimento. Agora é possível ver uma luz no fim do túnel, mas a população ainda está com a renda baixa, muitas pessoas estão despregadas, e isso gera uma redução de consumo muito maior. Os valores dos derivados começam abaixar pelo preço do leite”, contou.
Para ele, com essa queda nos preços, é muito importante que o consumidor compre somente o necessário. “Se a população começar a fazer uma compra com grande volume de leite, por causa do preço, os estabelecimentos notarão esse crescimento de vendas e aumentará o valor novamente, já que a redução está ligada ao consumo”, disse.