Na segunda quinzena de julho, o preço do leite spot apresentou uma leve desvalorização, ficando em R$ 2,95 por litro, um recuo de R$ 0,02 em relação à quinzena anterior, quando o valor estava em R$ 2,97 na média Brasil.
O mês de julho começou com ajustes negativos nos preços do leite spot em todos os estados acompanhados.
As cotações se mantiveram estáveis em Minas Gerais, Goiás e Paraná. Em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, houve uma continuidade nas quedas. Parte dessa redução foi influenciada pelo início da safra do leite e pelas vendas no atacado, que ainda estão abaixo do esperado, resultando em menor volume de compras de leite spot.
O preço do leite spot, que representa o valor do leite vendido no mercado, pode variar rapidamente devido às mudanças na oferta e demanda.
Quando o preço diminui, os produtores que vendem nesse mercado recebem menos dinheiro, o que pode impactar a receita e a economia da produção. Segundo Eurípedes Gonçalves, produtor de leite, “a queda no preço do leite impacta diretamente nós produtores, especialmente nesse período de safra, onde a produção aumenta. É difícil tratar dos gados e manter toda a estrutura com esses preços baixos, mas seguimos firmes na produção.”
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No cenário internacional, o leilão número 360 da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado em 16 de julho, mostrou variações nos preços dos derivados lácteos.
O GDT é uma plataforma internacional de leilão de produtos lácteos, onde compradores e vendedores de todo o mundo negociam produtos como leite em pó, manteiga, queijo e outros derivados. Os preços estabelecidos nesses leilões são usados como referência no mercado global de laticínios.
No leilão, o GDT Price Index, que é a média ponderada dos produtos, ficou em 3.837 dólares por tonelada, um aumento de 0,4% em relação ao evento anterior. O cheddar, que havia tido uma forte desvalorização no último leilão, registrou alta de 6,2%, sendo negociado a 4.217 dólares por tonelada. A manteiga também subiu 0,8%, com preço médio de 6.606 dólares por tonelada.
Por outro lado, o leite em pó integral teve uma queda de 1,6%, sendo negociado a 3.342 dólares por tonelada, e o leite em pó desnatado caiu 1,1%, com preço médio de 2.566 dólares por tonelada. No segundo leilão de julho, o volume negociado caiu 4,9%, totalizando 22.954 toneladas.
No mercado futuro da Nova Zelândia, as projeções indicam uma queda nos preços do leite em pó integral em comparação com os valores atuais. Mesmo com a queda no volume negociado, houve uma leve recuperação no preço médio após a grande queda do leilão anterior. A demanda internacional, especialmente da China, segue contida, influenciando os preços futuros.
O Brasil importa produtos lácteos principalmente da Argentina e Uruguai, que atualmente praticam preços mais altos que os do GDT, devido a uma tarifa externa comum de quase 30% para importações fora do Mercosul. As futuras importações brasileiras continuarão a ser influenciadas pela competitividade de preços entre os produtos importados e locais, além da disponibilidade dos fornecedores internacionais.
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Mesmo com o dólar alto, os produtos importados devem permanecer competitivos em relação aos preços no Brasil. Os baixos preços no mercado internacional sugerem que compradores de outras regiões, como o Oriente Médio, provavelmente não irão competir com o volume de produtos do Mercosul destinados ao Brasil.
Eurípedes Gonçalves, produtor de leite, destaca que “esse cenário de queda nos preços torna o trabalho ainda mais desafiador, pois os custos de produção não diminuem na mesma proporção.” Ele enfatiza que, apesar das dificuldades, é essencial manter a qualidade e eficiência na produção para tentar compensar a redução no valor pago pelo litro de leite.