A pesquisa é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que pertence à Universidade de São Paulo.
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Agroindústria do leite sofre por falta de incentivos governamentais no Brasil - Foto: Embrapa

Pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que pertence à Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (USP), mostra que o preço do leite direto do produtor subiu pela sétima vez consecutiva no ano.

O chamado preço do litro do leite no campo, segundo a pesquisa, chegou a R$ 3,57 em agosto – na famosa “Média Brasil do Cepea”-, o que significa uma valorização de 11,8% em apenas um mês.

No ano, a alta acumulada de 60,7%, já com os dados deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A pesquisa aponta, ainda, que o movimento de alta deve ser interrompido, com possibilidade de forte queda no preço do leite a ser pago ao produtor em setembro, referente à matéria-prima captada em agosto.

Em nota técnica, o Cepea destaca que o encarecimento do leite no campo ao longo dos últimos meses se deve à baixa disponibilidade.

O avanço da entressafra intensificou a restrição de oferta de leite, mas, neste ano, o setor enfrenta um enxugamento mais drástico da produção, devido à combinação de seca e mudanças estruturais no campo, desencadeadas pelo aumento nos custos de produção nos últimos anos e pelos menores níveis de investimentos na atividade.

A nota técnica também explica que, neste cenário, a produção no campo entre junho e julho ficou abaixo da expectativa do setor, mantendo acirrada a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores de leite cru.

Com a captação abaixo do esperado, houve diminuição importante nos estoques de lácteos e, consequentemente, encarecimento expressivo dos derivados ao consumidor entre junho e julho.

Ironicamente, há um lado bom para o consumidor final, principalmente porque os preços atingiram patamares tão elevados nas gôndolas que, desde a segunda quinzena de julho, o Cepea observa um enfraquecimento da demanda.

Com estoques aumentando no varejo, a pesquisa do Cepea que monitora as negociações diárias entre indústria e atacado – no caso, paulista – mostrou diminuição nos preços dos lácteos ao longo de agosto.

Na média mensal, o leite UHT – de forma líquida e embalagem dura – e a muçarela se desvalorizaram quase 15% e 10% de julho para agosto, respectivamente.

Essas quedas no mercado de derivados devem ser transmitidas ao campo, resultando, portanto, em diminuição no preço do leite captado em agosto e a ser pago ao produtor em setembro.

Outro fator que deve interromper o movimento altista ao produtor em setembro é o forte aumento das importações, que cresceram 27% em julho.

Mesmo assim, nos próximos 60 dias o preço médio do litro de leite vai continuar bem acima do litro da gasolina.

Em Mato Grosso do Sul, há supermercados comercializando marcas com valores beirando os R$ 8.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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