ESPMEXENGBRAIND
5 nov 2025
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📉 Todos os produtos da cesta de lácteos de Goiás registraram queda em outubro, puxados por creme e leite UHT.
🧀 A retração média de 4,53% reflete o ajuste da oferta e demanda no mercado lácteo de Goiás.
🧀 A retração média de 4,53% reflete o ajuste da oferta e demanda no mercado lácteo de Goiás.

Goiás | O mercado lácteo goiano atravessou outubro sob o sinal vermelho.

Todos os produtos que compõem a cesta de derivados monitorada pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) apresentaram queda de preços, conforme o Boletim de Mercado do Setor Lácteo Goiano, divulgado no dia 31 de outubro.

A retração média de 4,53% frente a setembro confirma um movimento de ajuste na cadeia, em linha com o ciclo produtivo e com a desaceleração da demanda. A análise, elaborada pela Câmara Técnica e de Conciliação da Cadeia Láctea de Goiás, mostra um comportamento homogêneo: nenhum derivado escapou da queda.

Creme e leite UHT puxam o recuo 📉

Entre os produtos analisados, o creme a granel foi o mais afetado, com desvalorização de 6,94%. Já o leite condensado registrou a menor variação negativa, ainda assim com retração de 2,61%.

Outros itens relevantes também sentiram o impacto:

  • Leite UHT integral: –5,81%

  • Leite em pó integral: –4,42%

  • Queijo muçarela: –4,23%

A perda de competitividade dos derivados reforça a pressão sobre as margens industriais, num momento em que o custo da matéria-prima tende a subir devido à sazonalidade e à recuperação dos preços pagos ao produtor.

“Movimento de ajuste” e alerta para o planejamento do setor

Segundo o titular da Seapa, Pedro Leonardo Rezende, os números reforçam a importância do monitoramento técnico e contínuo do mercado.

“O cenário de outubro reflete um movimento de ajuste que segue o ciclo produtivo e o comportamento da demanda. A oferta de informação atualizada permite que produtores e indústrias se planejem com mais segurança e fortaleçam sua competitividade”, destacou o secretário.

A Seapa, em parceria com entidades do setor, mantém o boletim mensal como ferramenta estratégica para o planejamento e tomada de decisão dos agentes da cadeia — do campo à indústria.

Um reflexo do cenário nacional 🧭

Embora o levantamento tenha foco regional, a tendência goiana dialoga com o que se observa em outras praças do país. O segundo semestre tradicionalmente marca o aumento da produção de leite cru, o que amplia a oferta e pressiona os preços dos derivados.

Além disso, a demanda doméstica segue contida, especialmente entre os consumidores de renda média, que enfrentam o peso do endividamento e a substituição por proteínas mais baratas. A desaceleração das exportações brasileiras de leite em pó também limita a saída de excedentes, ampliando a oferta interna.

Em resumo, a combinação de estoques mais altos, consumo retraído e concorrência acirrada entre indústrias ajuda a explicar o movimento de baixa.

Impactos e perspectivas para novembro 🔍

Com a continuidade da safra nas principais bacias do Centro-Oeste, os preços dos derivados podem seguir pressionados em novembro. No entanto, o ritmo da queda tende a perder força caso o consumo melhore com a aproximação das festas de fim de ano.

Especialistas do setor avaliam que o atual ciclo de baixa não representa necessariamente um cenário negativo, mas sim uma etapa natural do mercado que força maior eficiência. Indústrias mais estruturadas tendem a aproveitar o momento para ajustar estoques e revisar estratégias de precificação.

“O desafio está em equilibrar oferta e demanda sem comprometer a rentabilidade. A competitividade do setor goiano depende de informação, planejamento e inovação”, reforçou Rezende.

Goiás mantém protagonismo na produção e no monitoramento

Goiás figura entre os cinco maiores produtores de leite do Brasil, com forte presença de cooperativas, laticínios regionais e grandes indústrias. O estado se consolidou também como referência em transparência e acompanhamento técnico do mercado, por meio da divulgação periódica de dados oficiais da Seapa.

Essa política de transparência tem permitido decisões mais ágeis e embasadas, contribuindo para a sustentabilidade econômica da cadeia láctea.

Conclusão 🧀

O recuo generalizado nos preços em outubro não surpreende, mas serve como alerta. O mercado goiano dá sinais de maturidade ao reconhecer seus ciclos, acompanhar indicadores e ajustar estratégias.

O que está em jogo agora é a capacidade do setor de transformar a baixa conjuntural em oportunidade — seja para revisar custos, inovar produtos ou expandir mercados.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Agência Cora Coralina de Notícias

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