ESPMEXENGBRAIND
9 dez 2025
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📌 Preços lácteos recuaram profundamente nos EUA, mesmo com exportações premium avançando mais de 100% em diversas categorias.
📌 Enquanto preços lácteos desabam, manteiga e queijos americanos ganham espaço no comércio global com altas superiores a 120%.
📌 Enquanto preços lácteos desabam, manteiga e queijos americanos ganham espaço no comércio global com altas superiores a 120%.

Os preços lácteos dos Estados Unidos entraram em outubro sob forte pressão, segundo levantamento relatado por analistas do setor em Nashville.

A sinalização predominante é de um mercado dividido: enquanto valores domésticos de manteiga, queijos e a maioria dos pós escorregaram com força na comparação anual, as exportações de produtos de maior valor agregado mostraram avanços expressivos e acenderam um foco de otimismo para a indústria.

Fontes do setor consultadas em Nashville relatam que a manteiga norte-americana perdeu quase US$ 1 por libra frente ao mesmo período do ano passado, refletindo ampla disponibilidade interna e menor ritmo de movimentação comercial. No mesmo trajeto, o Cheddar recuou cerca de 50 centavos por libra, e os blocos de 40 libras cederam mais de 40 centavos. Operadores de plantas consultados por canais especializados atribuem esses movimentos a uma conjunção de demanda mais lenta no mercado doméstico, estoques confortáveis e ajustes de compras no varejo.

Apesar desse ambiente de retração, dados de comércio exterior entre junho e agosto revelam um cenário surpreendentemente vigoroso no segmento de maior valor agregado. De acordo com analistas de exportação, embarques de manteiga cresceram 162% no período, enquanto os queijos do tipo americano avançaram 129%. O Cheddar, categoria frequentemente usada como termômetro da competitividade dos Estados Unidos, também registrou alta de 131% nas vendas internacionais. Esses crescimentos, considerados “impressionantes” por especialistas, reforçam que há compradores priorizando produtos diferenciados mesmo num momento de cautela global.

Por outro lado, nem todas as categorias seguiram o embalo. O mercado internacional de ingredientes apresentou uma dinâmica mais frágil, com forte queda nas exportações de leite em pó desnatado e um recuo moderado nos embarques de whey protein. Analistas de mercado internacionais interpretaram esse movimento como sinal de demanda desigual entre regiões, especialmente em países sensíveis a preços e tarifas que afetam, de modo direto, a competitividade norte-americana.

Os estoques contribuíram para esse mosaico de tendências. Informações de agosto confirmam que os estoques de leite em pó desnatado terminaram o mês 12% abaixo do mesmo período do ano anterior, enquanto os volumes de soro em pó recuaram 16%. A combinação de estoques mais enxutos com preços no mercado spot ainda pressionados cria, conforme especialistas ouvidos, “uma sensação de curto-circuito”: ingredientes mais apertados convivendo com valores que não reagem na mesma intensidade.

Do lado industrial, o desempenho também se mostrou heterogêneo. Operadores de plantas de queijo relataram taxas de utilização mais fortes, aproveitando melhor o fluxo de leite disponível. Já as unidades de produção de pós reportaram volumes menores, refletindo tanto ajustes operacionais esperados quanto a menor atratividade de preços internacionais em algumas categorias. Esse comportamento, segundo técnicos de grandes cooperativas, deverá continuar enquanto os diferenciais de preço entre regiões permanecerem amplos.

Olhando para frente, analistas afirmam que as relações de preços globais continuam favorecendo categorias premium dos Estados Unidos, especialmente em mercados que buscam previsibilidade de oferta e padrões sanitários robustos. Contudo, as incertezas tarifárias permanecem no radar e podem influenciar decisões de compra ao longo dos próximos meses. Setores avaliados como sensíveis, especialmente países asiáticos e da América Latina, podem ajustar posições caso os diferenciais entre preços mundiais se ampliem novamente.

Em síntese, o quadro atual dos Estados Unidos combina preços lácteos mais fracos, exportações premium crescentes e estoques de ingredientes mais apertados — um conjunto de sinais que exige atenção redobrada de produtores, indústrias e traders. As próximas semanas, segundo observadores do setor, serão cruciais para entender se o mercado seguirá pressionado ou se os movimentos internacionais ganharão força suficiente para reverter parte da tendência baixista doméstica.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de RFD-TV

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