ESPMEXENGBRAIND
8 set 2025
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Procon-MG multa Laticínios Bela Vista em quase R$ 700 mil por embalagens da Piracanjuba que poderiam induzir consumidores ao erro.
De acordo com o Office of Health Improvement and Disparities, entre 2015 e 2020, houve grandes reduções de açúcar nos produtos lácteos. Procon

O Procon-MG, órgão vinculado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), aplicou uma multa de R$ 695.377,17 à Laticínios Bela Vista S/A., responsável pela marca Piracanjuba, após constatar que algumas embalagens de seus produtos poderiam induzir o consumidor a erro. A decisão foi anunciada pela 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte.

De acordo com o Procon-MG, os itens investigados foram o “leite em pó integral” e o “composto lácteo com maltodextrina”, ambos comercializados com rótulos considerados visualmente semelhantes.

O órgão afirmou que essa semelhança poderia levar o consumidor a acreditar que se tratava do mesmo produto, o que fere princípios do Código de Defesa do Consumidor (CDC), especialmente no que diz respeito à informação clara e adequada.

Além da semelhança visual, um laudo técnico da Fundação Ezequiel Dias (Funed) apontou que, no caso do composto lácteo, a frase “contém soro de leite” não estava posicionada imediatamente abaixo do nome do produto, como determina a legislação vigente.

Essa omissão pode afetar consumidores que dependem dessa informação para decisões de compra, seja por questões de saúde, alergia ou preferência nutricional.

A Laticínios Bela Vista, por sua vez, apresentou defesa negando qualquer infração. A empresa argumentou que cumpre integralmente as normas regulatórias brasileiras, incluindo as exigências da Anvisa e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e que não houve intenção de induzir o consumidor ao erro. Também questionou possíveis vícios no processo administrativo conduzido pelo Procon-MG.

Entretanto, o órgão destacou que a empresa recusou a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou a realização de uma Transação Administrativa (TA) para corrigir as irregularidades apontadas.

Diante dessa postura, a penalidade foi mantida e fundamentada em dispositivos do Código de Defesa do Consumidor, no Decreto nº 2.181/1997, na Resolução RDC nº 727/2022 da Anvisa e na Instrução Normativa nº 28/2007 do Ministério da Agricultura.

A multa de quase R$ 700 mil não apenas tem caráter punitivo, mas também educativo e preventivo, segundo o Procon-MG.

O órgão reforçou que embalagens devem ser claras, objetivas e não podem gerar confusão entre diferentes categorias de produtos, sobretudo no mercado lácteo, que possui uma grande variedade de itens com composições distintas.

Este caso traz novamente à tona a discussão sobre a transparência na rotulagem de alimentos no Brasil, especialmente no setor lácteo, um dos mais regulados do país.

Produtos como leite em pó, composto lácteo e bebidas lácteas muitas vezes compartilham gôndolas, mas apresentam diferenças significativas de composição e valor nutricional.

A fiscalização sobre esses aspectos tem se intensificado, em especial em estados como Minas Gerais, onde a cadeia leiteira é estratégica para a economia local.

Embora a Laticínios Bela Vista tenha o direito de recorrer da decisão, o Procon-MG reforçou que continuará atuando para proteger o consumidor mineiro e assegurar que informações relevantes estejam devidamente destacadas nos rótulos.

A penalidade também serve como alerta para outras empresas do setor sobre a importância de cumprir as normas de rotulagem estabelecidas pela Anvisa e pelo MAPA.

Até o momento, não houve divulgação de um posicionamento oficial adicional da Laticínios Bela Vista após a confirmação da multa.

O impacto financeiro é considerado relevante, mas os reflexos sobre a imagem da marca e sua relação com o consumidor podem ser ainda mais significativos.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Gazeta de Varginha

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