Em 2020, Minas Gerais permanece como o maior produtor de leite do país, aproximando-se da marca de 9,7 bilhões de litros (acréscimo de 2,6% em relação a 2019), o que representou 27,3% da produção nacional, segundo dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) 2020. Pelo segundo ano seguido foi a maior produção da série histórica da pesquisa, iniciada em 1974 (ver Figura 1). Já o número de vacas ordenhadas vem caindo desde 2016, indicando que esse aumento na produção de leite deve-se a melhora na qualidade genética e nutrição do rebanho mineiro; a produtividade (3.105 litros/vaca/ano) aproxima-se cada vez mais dos estados do Sul do país, estados que possuem as melhores condições edafoclimáticas para produção de leite no Brasil.
Entre os dez maiores municípios produtores do país, sete estão em Minas Gerais: Patos de Minas (3º), Patrocínio (4º), Pompéu (5º), Coromandel (6ª), Lagoa Formosa (7º), Unaí (8º) e Prata (10º). Já o valor da produção de leite no Estado subiu 38,9%, em virtude também do aumento no preço unitário pago ao produtor, que passou de R$1,21 em 2019 para R$1,65 gerando uma receita bruta de aproximadamente a 16 bilhões de reais.
Em relação ao rebanho bovino (22,2 milhões cabeças em 2020), apesar do aumento de 0,7%, Minas Gerais perdeu a 3ª posição para o estado do Pará (22,3 milhões de cabeças), em virtude da expansão da fronteira agropecuária desse. O Mato Grosso manteve-se na liderança, com rebanho próximo de 32,7 mil cabeças, seguido por Goiás, com 23,6 mil cabeças.
Entre os rebanhos de grande porte, Minas Gerais também se destaca como o maior rebanho de equinos do país, porém houve decréscimo de 2,1%. Vale salientar que, quando se trata de rebanhos de grande porte, apesar da quarta colocação do Estado no rebanho de bovinos e da primeira no de equinos, nenhum município mineiro ficou entre os dez maiores criadores, em virtude da predominância da pecuária extensiva e da área reduzida dos municípios mineiros em comparação com a de outros estados. O maior rebanho bovino do Estado está no município de Prata (69º no ranking nacional) e de equinos em Carlos Chagas (43º no ranking nacional).
Já para o rebanho suíno, Minas Gerais mantém a quarta colocação, atrás dos estados da região Sul, onde há a suinocultura mais tecnificada do país. O município de Uberlândia mantém o terceiro maior rebanho nacional. Destacam-se também os municípios de Patos de Minas (13º), Urucânia (17º) e Pará de Minas (19º). O total de suínos no estado apresentou acréscimo (1,0%), enquanto o abate de animais aumentou 3,8%, indicando melhora na eficiência da criação. Esse incremento no abate em Minas também aproximou a relação rebanho/abate dos estados do Sul do Brasil.
Nº 072/2021
A produção de ovos de galinhas caiu 1,7%, enquanto o efetivo de galinhas subiu 1,2%. Em virtude da pandemia e do aumento do custo de produção, houve redução considerável do plantel e da produção no 2º trimestre de 2020, mas ocorreu também uma recuperação do efetivo no final do ano. Como a produção de ovos é o acumulado durante o ano civil e o efetivo é o existente no último dia do ano, houve essa aparente contradição entre as variações do efetivo e da produção de ovos no Estado. O Estado manteve a terceira colocação tanto na produção de ovos quanto no efetivo de galinhas. O município de Itanhandu foi o quinto maior produtor de ovos, com a mesma colocação no efetivo de galinhas no Brasil, enquanto Montes Claros foi o 13º. Em relação ao rebanho do total de galináceos, que inclui também a avicultura de corte, Minas Gerais permaneceu como o quinto maior rebanho, sendo Uberlândia o município com o 7º maior efetivo do país. Destacam-se ainda Pará de Minas (14º) e São Sebastião do Oeste (18º). Esse rebanho no estado apresentou acréscimo de 0,4%, com o abate dos galináceos no estado tendo subido 4,6%.
O estado mineiro continuou na terceira colocação nacional no efetivo de codornas (apresentou decréscimo de 4,8%) e na produção de ovos (decréscimo de 3,9%). Perdões (3º), Pouso Alto (4º) e Itanhandu (6º) estão entre os municípios com maior produção de ovos de codorna no Brasil. A produção de mel de abelha em 2020 caiu 2,9% em Minas Gerais e, com isso, o Estado passou da 5ª para a 7ª posição no ranking nacional, perdendo posições para Bahia e Santa Catarina. Destaques para o município de Itamarandiba, 16º no ranking nacional.
Minas manteve sua colocação (4ª) na produção de peixes da aquicultura no Brasil, com acréscimo de 0,45% na produção em relação a 2019. Destaca-se a produção de tilápia, totalizando 34,4 mil toneladas (3º maior produtor e 10% da produção nacional), sendo o município de Morada Nova de Minas, banhado pela represa de Três Marias, o segundo maior produtor (tanto de tilápia, quanto na totalidade de peixes produzidos). Importante produto também é a truta, com uma produção de 1,2 mil toneladas (maior estado produtor, com 56,4% da produção nacional), sendo os quatro maiores municípios produtores do Brasil localizados na região da Serra da Mantiqueira: Sapucaí-Mirim, Itamonte, Delfim Moreira e Camanducaia.