As mudanças aceleradas na produção de gordura e proteína abrem um horizonte promissor para o setor leiteiro, criando as bases para crescimento contínuo e oportunidades tanto no mercado interno quanto no internacional.
Nos EUA, mais de 80% do leite produzido é destinado à fabricação de derivados lácteos que dependem fortemente do teor de gordura e proteína. (Magen Tol)
A indústria de laticínios está passando por uma mudança significativa, com avanços em genética, nutrição e manejo alimentar impulsionando transformações notáveis na composição do leite.
Essas mudanças representam boas notícias para todos os envolvidos no setor, já que os teores mais altos de gordura e proteína estão sendo cada vez mais otimizados.
Componentes do leite: uma importância crescente
Nos EUA, mais de 80% do fornecimento de leite é voltado para produtos lácteos industrializados que dependem fortemente do teor de gordura e proteína.
Segundo um relatório do Serviço Nacional de Estatísticas Agrícolas do USDA, os níveis de gordura no leite têm batido recordes por quatro anos consecutivos, com uma média nacional de 4,23% em 2024.
Da mesma forma, o teor de proteína também atingiu níveis recordes continuamente de 2016 a 2024, alcançando uma média de 3,29% em 2024.
Desacoplamento entre o crescimento do leite e seus componentes
Nos últimos 15 anos, o crescimento dos níveis de gordura e proteína no leite superou significativamente a produção total de leite.
Entre 2001 e 2010, a produção de leite, gordura e proteína cresceu em uma faixa próxima de 13,8% a 15,4%.
No entanto, de 2011 a 2024, as taxas de crescimento se desviaram: a produção de leite aumentou 15,9%, a de proteína 23,6%, e a de gordura um impressionante 30,2%.
Corey Geiger, principal economista do setor leiteiro do CoBank, destacou melhorias na eficiência da produção durante sua palestra na Western Dairy Management Conference 2025 em Reno, Nevada. Anteriormente, o padrão era produzir 10 lb de queijo para cada 100 lb de leite.
Em 2010, isso subiu para 10,14 lb, e hoje atinge 12,5 lb de queijo por 100 lb de leite. Melhorias semelhantes também foram observadas na produção de manteiga.
“Isso indica a eficiência aprimorada que está se manifestando em toda a indústria leiteira dos EUA”, diz Geiger. Além disso, o consumo per capita de manteiga disparou para 172,6 lb, um aumento de 72% desde 2001.
Oportunidades no processamento de laticínios dos EUA
Apesar desses avanços, a maior parte da manteiga consumida nos EUA continua sendo importada, principalmente da Irlanda e da Nova Zelândia. No entanto, Geiger aponta oportunidades significativas para o setor de processamento de laticínios dos EUA suprir a demanda interna.
Com melhorias previstas na infraestrutura e ganhos de eficiência, a indústria de laticínios dos EUA tem um imenso potencial tanto para atender à crescente demanda interna quanto para conquistar uma fatia maior do mercado internacional.
Este momento pode ser crucial para a indústria leiteira americana, que busca expandir e inovar para garantir um crescimento sustentável e próspero no futuro.
As mudanças aceleradas na produção de gordura e proteína no leite abrem um horizonte promissor para o setor leiteiro, estabelecendo as bases para um crescimento contínuo e oportunidades nos âmbitos doméstico e internacional.
Traduzido e adaptado para eDairyNews 🇧🇷