As mudanças aceleradas na produção de gordura e proteína abrem um horizonte promissor para o setor leiteiro, criando as bases para crescimento contínuo e oportunidades tanto no mercado interno quanto no internacional.
Nos EUA, mais de 80% do leite produzido é destinado à fabricação de derivados lácteos que dependem fortemente do teor de gordura e proteína. (Magen Tol)
A indústria de laticínios está passando por uma mudança significativa, com avanços em genética, nutrição e manejo alimentar impulsionando transformações notáveis na composição do leite.
Essas mudanças representam boas notícias para todos os envolvidos no setor, já que os teores mais altos de gordura e proteína estão sendo cada vez mais otimizados.
Componentes do leite: uma importância crescente
Nos EUA, mais de 80% do fornecimento de leite é voltado para produtos lácteos industrializados que dependem fortemente do teor de gordura e proteína.
Com mais de US$ 8 bilhões em nova capacidade de processamento prevista até 2027, a demanda por esses componentes vitais do leite está crescendo.
Segundo um relatório do Serviço Nacional de Estatísticas Agrícolas do USDA, os níveis de gordura no leite têm batido recordes por quatro anos consecutivos, com uma média nacional de 4,23% em 2024.
Da mesma forma, o teor de proteína também atingiu níveis recordes continuamente de 2016 a 2024, alcançando uma média de 3,29% em 2024.
Desacoplamento entre o crescimento do leite e seus componentes
Nos últimos 15 anos, o crescimento dos níveis de gordura e proteína no leite superou significativamente a produção total de leite.
Entre 2001 e 2010, a produção de leite, gordura e proteína cresceu em uma faixa próxima de 13,8% a 15,4%.
No entanto, de 2011 a 2024, as taxas de crescimento se desviaram: a produção de leite aumentou 15,9%, a de proteína 23,6%, e a de gordura um impressionante 30,2%.
Corey Geiger, principal economista do setor leiteiro do CoBank, destacou melhorias na eficiência da produção durante sua palestra na Western Dairy Management Conference 2025 em Reno, Nevada. Anteriormente, o padrão era produzir 10 lb de queijo para cada 100 lb de leite.
Em 2010, isso subiu para 10,14 lb, e hoje atinge 12,5 lb de queijo por 100 lb de leite. Melhorias semelhantes também foram observadas na produção de manteiga.
“Isso indica a eficiência aprimorada que está se manifestando em toda a indústria leiteira dos EUA”, diz Geiger. Além disso, o consumo per capita de manteiga disparou para 172,6 lb, um aumento de 72% desde 2001.
Oportunidades no processamento de laticínios dos EUA
Apesar desses avanços, a maior parte da manteiga consumida nos EUA continua sendo importada, principalmente da Irlanda e da Nova Zelândia. No entanto, Geiger aponta oportunidades significativas para o setor de processamento de laticínios dos EUA suprir a demanda interna.
Com melhorias previstas na infraestrutura e ganhos de eficiência, a indústria de laticínios dos EUA tem um imenso potencial tanto para atender à crescente demanda interna quanto para conquistar uma fatia maior do mercado internacional.
Este momento pode ser crucial para a indústria leiteira americana, que busca expandir e inovar para garantir um crescimento sustentável e próspero no futuro.
As mudanças aceleradas na produção de gordura e proteína no leite abrem um horizonte promissor para o setor leiteiro, estabelecendo as bases para um crescimento contínuo e oportunidades nos âmbitos doméstico e internacional.
Traduzido e adaptado para eDairyNews 🇧🇷