O rebanho bovino brasileiro é o segundo maior do mundo em número de animais, sendo composto em sua grande maioria por animais comerciais. A raça Nelore, compõe a base desse rebanho e se destaca pela boa produção de oócitos e blastocistos no ambiente in vitro. Os rebanhos considerados elite foram os grandes responsáveis pelo sucesso da PIVE no início dos anos 2000. Por outro lado, o gado de leite tem uma contribuição expressiva para o total de embriões produzidos no Brasil. Dentre as principais raças leiteiras, destaca-se a raça Gir (Bos indicus) e a raça Holandesa (Bos taurus) e sua importância na produção de animais mestiços. Por outro lado a produção de embriões in vitro destinados a rebanhos comerciais de corte ainda é muito incipiente. Para isso, é importante pesquisas visando compreender melhor os fatores que afetam os resultados, desde a coleta de oócitos até o nascimento de animais afim de melhorar a eficiência do processo e reduzir custos. Principalmente das perdas gestacionais observadas de embriões produzidos in vitro. Diante disso, o objetivo do estudo foi compreender o papel da doadora de oócitos nas variações de resultados da PIVE e identificar e compreender fontes de variação dos resultados da PIVE e transferências de embriões. Foi utilizado para as análises o banco de dados de dois laboratório comerciais, um com foco em gado de leite e outro com foco em gado de corte. Dada a não normalidade utilizou-se o modelo estatístico SAS GLIMMIX (SAS University Edition; SAS Institute Inc., Cary, NC, USA). Os resultados são apresentados como média±erro padrão e foi considerado P<0,05. Existe uma ampla variação de resultados em função do touro utilizado, porém as taxas de blastocistos são maiores quando o oócito é obtido de uma matriz Gir, independente da raça do touro (HolandesaXHolandesa: 36,4%; GirXGir: 59,2%; HolandesaXGir: 40,4%; GirXHolandesa: 50,0%; p<0,05 ). A motilidade foi o único parâmetro espermático que apresentou correlação com a produção de blastocistos (R= 0,47 e P=0,0002). Foi observado efeito do meio de MIV e da atmosfera de CIV na taxa de blastocistos, enquanto sistema de MIV e método de preparo do sêmen não teve efeito. Das diversas variáveis analisadas relacionadas a transferências dos embriões, o principal efeito observado nas taxas de gestação e perdas gestacionais foi do estágio de desenvolvimento do embrião (Bi:32,0%, 28,9%, 4,1% ; Bl: 34,1%, 27,4%, 65,%; Bx: 39,9%, 33,4%, 10,6%; Be: 29,3%, 22,4%, 10,3%; para P30, P60 e Aborto respectivamente) enquanto para nascimento e perdas gestacionais foram do mês da estação de monta (1: 6,9%, 21,4%; 2:16,9%, 14,5%; 3: 28,3%, 5,1%; 4: 26,9%, 9,3%; 5: 25,5%, 4,6%; 6: 21,6%, 9,0%; para Parto e aborto respectivamente). Em conclusão, a contribuição da doadora de oócitos nos resultados da PIVE é mais significativa do que o sêmen utilizado. Quanto à TE, a influência do laboratório no resultados é menor do que a influência de variáveis relacionadas ao campo.