ESPMEXENGBRAIND
11 ago 2025
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Maiores fazendas do país atingem média diária de 32,5 mil litros e reforçam liderança com tecnologia e eficiência.
produtor leite

A produção de leite no Brasil acaba de atingir um novo patamar histórico, impulsionada pelo desempenho das 100 maiores fazendas do país.

Segundo o levantamento Top 100 — elaborado pela MilkPoint Ventures em parceria com a Abraleite —, essas propriedades alcançaram, em 2024, uma média diária de 32.555 litros por fazenda, o que representa um avanço de 13,28% em relação ao ano anterior.

Trata-se do maior crescimento registrado desde o início da pesquisa, em 2001.

O salto é ainda mais impressionante quando comparado ao início do levantamento: a produção média dessas fazendas aumentou cerca de 400% desde a primeira edição, enquanto a produção formal total brasileira cresceu 90% no mesmo período.

No total, as 100 maiores propriedades concentraram 3,2 milhões de litros por dia, equivalentes a 4,74% de todo o leite formalmente inspecionado no país.

Em números absolutos, isso significa quase 1,2 bilhão de litros comercializados em 2024.

Entre 2023 e 2024, a expansão foi de 11,5%, com destaque para os 10 maiores produtores, que alcançaram uma média de 74.287 litros diários, 7,4% acima do ano anterior.

Para Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da MilkPoint Ventures, os números confirmam o papel estratégico dos grandes produtores na evolução da cadeia leiteira. “Essas fazendas estão muito acima da média nacional, investindo continuamente em tecnologia, genética e gestão profissional, consolidando-se como líderes na modernização do setor”, afirma.

Crédito e tecnologia como motores de crescimento

Roberto Jank Jr., vice-presidente da Abraleite e diretor da Agrindus (Descalvado-SP), ressalta que o acesso ao crédito é decisivo para ampliar e modernizar a produção.

“Médios e grandes produtores utilizam linhas de financiamento para modernizar equipamentos, aprimorar instalações e adotar novas tecnologias, o que aumenta a produtividade e permite maiores investimentos”, explica.

Esse cenário, no entanto, também evidencia a saída de pequenos produtores da atividade, muitas vezes por falta de recursos para competir. Enquanto isso, as grandes fazendas compensam essa perda com escala, eficiência e maior capacidade de negociação.

Liderança regional e concentração produtiva

O Sudeste segue como epicentro da produção leiteira de grande escala, com 48 fazendas no ranking e volume de 611 milhões de litros — 51,3% do total do levantamento, 15% a mais que em 2023. Minas Gerais lidera em número de propriedades, seguido por Paraná e São Paulo.

O Sul aparece com 34 fazendas e crescimento de 12% na produção, impulsionado por municípios como Castro e Carambeí (PR), que contam com forte presença de cooperativas. Esses sistemas cooperativos facilitam o acesso a insumos, tecnologia e crédito, fortalecendo a competitividade local.

Sistemas produtivos e genética do rebanho

Entre as maiores fazendas, o regime de confinamento predomina em 86% dos casos, acima dos 84% registrados no levantamento anterior. O sistema free-stall é o mais utilizado (53%), seguido pelo compost barn (33%). Apenas 6% adotam piquetes com pastagem rotacionada.

A raça Holandesa domina 82% dos rebanhos, especialmente no Sul e Sudeste, enquanto o Girolando cresce em regiões mais quentes, como o Nordeste.

Produtividade e rentabilidade

A produtividade média do rebanho no Top 100 atingiu 34,8 litros por vaca/dia, um aumento de 4,5% em relação a 2023. O Sul lidera, com 38,3 litros, seguido pelo Centro-Oeste e Sudeste.

O custo médio de produção foi de R$ 2,28 por litro, 2% acima do ano anterior. Já produtores com mais de 7 mil litros diários receberam, em média, R$ 2,82 por litro, beneficiados por bonificações ligadas a volume e qualidade, além de maior poder de negociação com laticínios.

Expectativas para os próximos anos

Segundo o levantamento, 42 dos maiores produtores planejam ampliar sua produção entre 20% e 50% nos próximos três anos, enquanto outros 36 projetam um crescimento mais moderado, de até 20%.

As estratégias passam por inovação tecnológica, eficiência alimentar e gestão cada vez mais profissionalizada.

Entre os destaques do ranking, a Fazenda Colorado (Araras-SP) lidera pelo 12º ano consecutivo, com média diária de 98.921 litros.

Na sequência, estão a Melkstad Agropecuária (Carambeí-PR), com 94.782 litros, e a Granja São Pedro (Morrinhos-GO), com 84.870 litros.

O Top 100 de 2025 confirma que a força da produção leiteira brasileira está cada vez mais concentrada em grandes operações, que combinam escala, tecnologia e gestão para manter a competitividade no mercado nacional e internacional.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de O Presente Rural

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