A produção de leite em Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, cresceu 60% entre 2015 e 2024, consolidando-se como a principal fonte de renda do agronegócio local.
A informação é da Emater, que apontou o leite à frente da soja e do milho na geração de receita rural no município, com impacto direto de R$ 54 milhões e efeito total estimado em R$ 165 milhões no PIB local.
Apesar de a quantidade de propriedades leiteiras ter caído de 374 para 169 no período, o desempenho produtivo dos que permaneceram na atividade melhorou consideravelmente.
Segundo o engenheiro agrônomo Jeferson Vidal Figueiredo, do escritório municipal da Emater, a alta na produtividade reflete o avanço técnico e a profissionalização dos produtores.
“Mesmo com menos produtores, a eficiência aumentou. Temos propriedades atingindo produtividade de 47 litros por vaca por dia.
Isso é fruto de gestão profissional, genética de qualidade, alimentação balanceada e controle de custos”, explicou Figueiredo, que também ressalta a importância do conhecimento técnico para manter a viabilidade econômica da atividade. “A margem é curta e exige eficiência máxima”, pontuou.
Para discutir essa evolução e os desafios futuros da bovinocultura leiteira, Emater e entidades parceiras organizam o evento “Evolução da Bovinocultura de Leite em Frederico Westphalen”, no dia 16 de julho, às 19h, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
A programação inclui a palestra “Sistemas de Produção de Leite: Desafios, Oportunidades e Viabilidade Econômica”, além da apresentação de dados atualizados e mesa-redonda com representantes de instituições, universidades, setor público e produtores.
O desafio da sucessão rural
Mesmo diante dos avanços, a continuidade da atividade leiteira enfrenta um obstáculo importante: a sucessão familiar. Segundo Figueiredo, é necessário romper com o amadorismo e encarar o leite como um negócio rural.
“Quem quiser continuar na atividade precisa investir em capacitação, buscar assistência técnica e profissionalizar a gestão. Não se trata apenas de tirar leite, mas de gerir uma empresa rural”, destacou.
A região noroeste do Rio Grande do Sul, onde está localizado Frederico Westphalen, tem se consolidado como referência nacional na produção de leite. O município aparece como exemplo de articulação institucional, planejamento técnico e protagonismo dos produtores na condução do desenvolvimento rural.
“Chegamos até aqui com muito esforço. Agora, o nosso desafio é pensar nos próximos passos. Como garantir a permanência do jovem no campo? Como aumentar a rentabilidade sem aumentar os custos? Esses serão os temas centrais do nosso encontro”, afirmou Figueiredo.
Inscrições
As inscrições para o evento são gratuitas, com vagas limitadas. Interessados devem procurar o escritório da Emater local ou entrar em contato com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Frederico Westphalen.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de LA+