O produtor não tem como controlar o mercado do leite, que está saindo de um ciclo ruim de precificação. O que lhe cabe é fortalecer a gestão, planejar a alimentação e a reprodução do gado, cuidar da saúde do plantel
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" Produtores que aderiram ao programa testemunham não apenas o aumento na produtividade leiteira, mas também a melhoria na gestão geral de suas propriedades"
O futuro da pecuária leiteira passa pelo planejamento combinado com boas práticas de gestão. No Espírito Santo, produtores associados a cooperativas vêm recebendo apoio e orientação técnica que contribuem para a obtenção de resultados diferenciados, mesmo diante dos desafios do mercado, orientados por uma abordagem colaborativa, focada na inovação e na sustentabilidade.

É o caso dos que participam do programa Leite Certo, que há 14 anos vem sendo desenvolvido pela maior cooperativa do agronegócio capixaba, a maioria pequenos e médios produtores. Eles recebem orientação abordando desde a gestão zootécnica e financeira até questões relacionadas à qualidade do leite e à saúde do rebanho.

Os resultados são palpáveis e indicam que, com o manejo e gestão adequados, a atividade pode garantir bons resultados. Produtores que aderiram ao programa testemunham não apenas o aumento na produtividade leiteira, mas também a melhoria na gestão geral de suas propriedades. Isso se reflete também na resiliência demonstrada diante de desafios sazonais, como a estiagem, e na capacidade de adaptação às demandas do mercado.

Um exemplo importante nessa linha é a produção de silagem via cooperativa. Iniciada no ano passado, a iniciativa contribuiu para que os produtores que receberam o volumoso para complementar a alimentação do gado ampliassem a produtividade de leite em 21% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O bom desempenho da pecuária leiteira é resultado da combinação da boa nutrição com a boa gestão e planejamento. Os pecuaristas que participam do grupo que recebe assistência técnica da cooperativa têm uma curva de produção inversa à dos demais. Eles se preparam para o período de estiagem, planejam os períodos de gestação das vacas, enfim, fazem a gestão da propriedade buscando obter resultados positivos.

É importante ressaltar as parcerias que buscam inovar no segmento. A colaboração com startups para identificar problemas de saúde nas vacas, como a mastite, exemplifica o potencial de inovação que permeia o setor, contribuindo para fortalecer a pecuária leiteira entre os pecuaristas cooperados.

Silagem

Durante a estiagem, as vacas produzem menos leite devido a menor oferta de pasto. Crédito: Ricardo Medeiros

O produtor não tem como controlar o mercado do leite, que está saindo de um ciclo ruim de precificação. O que lhe cabe é fortalecer a gestão, planejar a alimentação e a reprodução do gado, cuidar da saúde do plantel, enfim, criar condições que favoreçam a produtividade. Nesse contexto, o apoio de uma cooperativa organizada tem contribuído para orientar os produtores associados e oferecer soluções.

No futuro, é provável que tenhamos menos produtores de leite, mas quem permanecer na atividade certamente vai contar com bons índices de produtividade leiteira, o que é reflexo da profissionalização da gestão. É reconfortante ver iniciativas locais prosperarem e servirem como farol de esperança para toda a cadeia leiteira.

Com uma abordagem colaborativa, foco na inovação e compromisso com a sustentabilidade, os pequenos produtores estão moldando um futuro mais promissor para a pecuária leiteira no Espírito Santo.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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