Como a produção depende do DNA da vaca, o criador tem que fazer cruzamentos para obter combinação genética específica.

A fazenda Agrindus, em Descalvado (SP), produz leite desde a década de 1940. Nos últimos dois anos, o proprietário Roberto Jank decidiu investir em leite tipo A2. A demanda pelo produto aumentou 300% nesse período, mesmo sendo um leite, em média, 15% mais caro em relação ao tipo A. “Pela qualidade alta e baixa carga bacteriana que ele carrega, tem uma vida bastante razoável. Meu leite, por exemplo, dura 18 dias na geladeira”, conta.

A produção do leite A2 depende, basicamente, do genoma da vaca, que é a sequência completa de DNA. São três sequências de genes possíveis: A1 A1, A1 A2 e A2 A2. Às vezes, é preciso fazer o cruzamento genético para obter a combinação A2 A2. “O A1 foi uma mutação que ocorreu a 10 mil anos atrás E a mudança de apenas um pedacinho dessa proteína acaba causando essa reação em muitas pessoas”, conta a médica-veterinária Roberta Zuge.

O manejo das vacas é praticamente o mesmo, mas é preciso separar animais A2 A2 para identificá-los e obter o selo de certificação.

Outro fator importante é investir no bem-estar do rebanho. “O importante é que você ter, na sua propriedade, uma maior quantidade de sombra e evitar manejar animais em horário de extremo calor. Quando um animal precisa ser ordenhado, tem que estar no maior nível de conforto possível”, conta o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marcos Vinicius da Silva.

Ajuda contra a insônia

Na Dinamarca, um estudo foi mais longe: comprovou que vacas ordenhadas à noite produzem leite com melatonina, hormônio que faz as pessoas dormirem melhor. O produto vem enriquecido com mais ferro e cálcio.

A produção desse tipo de leite também já está no radar de Jank. “Em vez de ficar tomando cápsula de melatonina para dormir melhor, pessoas que tenham dificuldade para dormir podem tomar um leite de vaca ordenhada à noite, que vai resolver naturalmente a questão”, diz.

Mercado favorável

Neste momento, o preço do leite garante ao produtor brasileiro uma rentabilidade positiva. A pesquisadora Natália Grigol, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), diz que é importante investir na estrutura de produção, mas com planejamento.

“Estamos num momento de alta de preço, que deve se manter até setembro, mas logo depois esse preço vai cair, como acontece todo ano. Mas ele sempre tem que fazer o investimento de forma equilibrada dentro da sanidade, da nutrição e da reprodução. Força, produtor! Esse preço vai cair, mas não desanime. Quem investe colhe resultado no futuro”, afirma.

Consumidores brasileiros têm se surpreendido com a alteração do nome do queijo nas embalagens. Essa mudança foi definida em um acordo entre União Europeia e Mercosul.

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