O reflexo também foi sentido na média de comercialização mensal do produto, que teve queda de 32%, passando de 12,47 mil litros por mês para 8,47 mil litros por mês na comparação com o ano de 2021.
Segundo o engenheiro agrônomo Armindo Barth Neto, gerente Técnico da SIA, os aumentos dos preços das rações assim como os custos de produção de milho e pastagens nas propriedades subiram fortemente devido à alta dos preços dos insumos, como os fertilizantes, onde a elevação chegou a mais de 100% entre 2021 e 2022. Todo este cenário afetou os produtores principalmente com perda de competitividade, ou seja, menor margem de lucro pelo aumento dos custos de produção, e redução na receita total, já que a estiagem afetou a produção leiteira.
Conforme ressalta o gerente técnico da SIA, no acumulado do último ano os aumentos no custo de produção do leite chegaram a bater a casa dos 28%, valor expressivo se comparado à inflação geral que, ao longo do mesmo período, soma 11,89% de elevação (IPCA). “Essa alteração no valor pago pelo consumidor no litro do leite em 2022 é resultante da combinação de fatores que vão além da entressafra – que naturalmente resulta na elevação do preço de produtos lácteos – período compreendido entre outono e inverno”, ressalta.
Barth Neto coloca, ainda, que a escassez de chuvas no Rio Grande do Sul, registrada entre novembro de 2021 e março de 2022, prejudicou a produção de alimentos para as vacas leiteiras, como soja e milho, principais ingredientes das rações, e também a produção de milho silagem e pastagens, principais fontes de alimento volumoso para os animais. Segundo estimativa realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de milho no Estado teve uma redução de cerca de 32% em comparação ao ano anterior. No entanto, na média nacional, a produção aumentou aproximadamente 33%. Já para a soja, o volume total produzido foi 50% menor que na safra 2020/2021, enquanto na média nacional a queda foi de 11%.