Com Feira do Agricultor suspensa, a solução foi levar os produtos até a casa dos clientes

As restrições de funcionamento de estabelecimentos comerciais, industrias e serviços preocupam uma grande parte da população. Mas a adversidade foi vista por um grupo de produtoras de Sapiranga como uma oportunidade, após buscarem meios de continuar comercializando o fruto de seus trabalhos. Com a paralisação por tempo indeterminado da Feira do Agricultor do município, quatro mulheres se uniram para dar seguimento nas vendas de frutas, verduras, queijos, iogurtes, leite, pães, biscoitos e cucas.

Angela Dias Stuntf, 42 anos, que trabalha com panificação, já utilizava um sistema de entrega de pedidos pela cidade. Em conversa com as amigas e familiares, Andreia Schunk Dias, 35 anos, que produz laticínios e Vanessa Harff Lanz, 33 e Janaína Harff, 24, que trabalham com hortifruti, surgiu a ideia de realizar a comercialização das produções via Whatsapp e entregá-los diretamente na casa dos clientes. “O problema, ou melhor, a solução é que as verduras que nós tínhamos acabaram e tivemos que ir incluindo os produtos dos nossos vizinhos, gerando renda para todos”, explica Angela.

As produtoras criaram grupos de mensagens com os clientes, onde são realizadas as encomendas, divulgados os produtos disponíveis e combinadas as entregas. Nesta sexta-feira (27), o grupo carrega os produtos na Kombi de uma das mulheres e parte para diversos bairros da cidade para cumprir as cerca de 60 entregas. No grupo de troca de mensagens, uma série de cuidados de higiene são solicitados aos clientes e anunciados por elas: “Iremos nos proteger e tomar os cuidados, conforme orientação do poder público”, escreveram.

A filha de Angela, que mora atualmente em Pelotas, onde estuda, mesmo de longe entrou no esquema das produtoras. “Enviamos os endereços para minha filha mais velha, que organizou um roteiro, com mapa, tudo direitinho para nos auxiliar”, ressalta. A iniciativa rendeu elogios dos clientes, que poderão contar com os produtos recebidos com segurança em suas casas. “Parece que o povo está louco para receber os produtos. Estamos sentindo como estão preocupados com toda essa situação. Eles não querem sair de casa”, completa a moradora da localidade de Bela Hu.

A solução encontrada pelo grupo, além de possibilitar atingir novos clientes, despertou interesse em outros agricultores e produtores da cidade. “É legal que outros produtores, de mel e embutidos, também nos procuraram para colocar sua produção a venda. Infelizmente não conseguimos aceitar, pois não há mais espaço na Kombi. Mas agora eles se motivaram e também estão se juntando para fazer as entregas deles”, comemora Angela, que completa: “que consigamos vencer essa etapa com saúde”.

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A relação entre segurança alimentar e negócios tem ganhado força, já que um descompasso do lado da oferta afeta negativamente a demanda.

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