Da redação//AGROemDIA
A crise enfrentada pelo setor leiteiro de Rondônia está criando enormes dificuldades para os produtores honrarem seus compromissos. Diante disso, eles reivindicam que o governo federal prorrogue as carências do crédito rural contraído por meio do Pronaf. A proposta dos pecuaristas de leite rondonienses é que as carências que vencem neste ano sejam adiadas para 2022 e aquelas que têm vencimento em 2022 fiquem para 2023. Além disso, querem a renegociação das parcelas em atraso, transferindo-as para 2022.
O pedido da comissão dos produtores de leite de RO foi encaminhado pela deputada federal Jaqueline Cassol (PP) ao ministro Paulo Guedes (Economia), à ministra Tereza Cristina (Agricultura) e aos presidentes do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, e da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.
“Estamos pedindo a prorrogação dos prazos de pagamento do Pronaf porque Rondônia tem o menor preço do leite ao produtor do país, embora seja o sétimo maior produtor brasileiro do setor. Isso provocou uma quebradeira muito grande na nossa bacia leiteira, fazendo com que o produtor atrasasse seus financiamentos ou não desse conta de pagá-los”, disse ao AGROemDIA, nesta segunda-feira, o presidente da comissão dos produtores de leite de RO, Rui Barbosa de Souza. Segundo ele, o preço do leite ao produtor no estado é R$ 1,40 por litro.
Crise na bacia leiteira
No ofício enviado aos ministros e aos presidentes dos dois bancos públicos, a deputado Jaqueline lembrou que, em correspondência datada de 4 de maio último, já havia solicitado medidas para equacionar a crise enfrentada pelos mais de 28 mil produtores de leite de Rondônia, “onde o preço do litro sofrera abrupta e radical redução de quase 50% do preço pago pelo produto entregue aos laticínios, sem aviso prévio. Com isso, o custo da produção se revelava maior do que o valor pago pelo leite.”
No documento, a parlamentar enfatizou que agora a crise se agrava mais ainda. “Com o preço do litro de leite baixo, o pequeno produtor que fez investimentos em seu plantel não consegue pagar os financiamentos”. Por isso, acrescentou, “a ampliação dos prazos dos financiamentos para socorrer o pequeno produtor leiteiro é muito importante para o Brasil”.
De acordo com Jaqueline, a cadeia produtiva do leite vem diminuindo ano após ano e, mesmo assim, é uma das principais atividades econômicas do país.” Somos o terceiro maior produtor mundial de leite, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia. É preciso que algo seja feito para equacionar os efeitos da importação do leite em pó dos países do Mercosul, bem como os altos custos da produção do leite, devido à disparada dos preços da ração e dos sais minerais.”
Ela afirmou ainda que o poder público precisa olhar com carinho e valorizar o produtor de leite. “Não podemos deixar que essa situação afete uma das mais importantes cadeias de geração de empregos e distribuição de renda do país, com grande impacto sobre os pequenos produtores, nas indústrias processadoras e em diversos outros setores que orbitam em torno da produção de leite.”