Região possui mais de 60 unidades de produção de queijos artesanais que estão se adaptando para driblar os prejuízos. Uma das alternativas é a venda por delivery.


Produção de queijos artesanais sofre com impactos da crise — Foto: Fernanda Rodrigues/G1

Produtores de queijo artesanal do Campo das Vertentes tiveram que reduzir a produção por causa dos impactos da pandemia do novo coronavírus.

Com a crise financeira, eles buscaram reduzir os custos da produção e aderir à venda pela internet.

De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), a região possui pelo menos 60 produtores de diversos tipos de queijo em cidades como São João del Rei, Santa Cruz de Minas, Tiradentes, Barroso e Madre de Deus de Minas e todos foram diretamente afetados pela crise.

A produtora Lúcia Maria Resende vendia o produto para mercados, empórios e feiras. Desde o início da pandemia, as vendas caíram cerca de 90%. O estoque da queijaria está lotado, com três mil peças maturando.

A queijaria, que fica em um sítio próximo à São João del Rei, adotou medidas para reduzir os prejuízos.

A produção de leite caiu de 250 litros para 190, assim como a de queijos artesanais, que diminuiu de 50 peças por dia para 20. Além disso, Lúcia vendeu animais e diminuiu a ração das vacas.

O preço dos produtos foi reduzido em 20%. “Com a decisão de fazer uma promoção pra incentivar as vendas, nós aderimos ao delivery e estamos atendendo e entregando na região. Conseguimos aumentar um pouco o movimento”, explicou Lúcia.

A produtora Joelma Tarôko também teve que adotar medidas semelhantes e passou a vender parte do leite produzido para laticínios do Campo das Vertentes.

“Diminuímos a produção de queijos pela metade. Só estamos fabricando em um período do dia e o restante do leite mandamos para laticínios, porque é uma forma de ter algum rendimento”, explicou a produtora.

Para auxiliar os produtores, o Campo Experimental Risoleta Neves da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em São João del-Rei cedeu parte da estrutura para atendimento a produtores de queijo artesanal durante a pandemia do coronavírus. Duas câmaras frias do laticínio da unidade foram disponibilizadas para armazenar produtos da Associação da Região do Campo das Vertentes.

O pesquisador da Epamig, Daniel Alves, explicou que, com os devidos cuidados, os queijos preservam suas características por um período prolongado.

“Os queijos mantidos sob refrigeração a 4ºC e sem embalagens podem ser armazenados por mais de três meses. E as alterações sensoriais são mínimas”.

O local de armazenamento e produto requerem atenção especial. “A umidade da sala que deve estar entre 70 e 85%. Quanto aos queijos, eles devem ser virados com frequência e suas cascas devem ser limpas para evitar a proliferação de bolores”, orientou Daniel.

O atendimento aos produtores, bem como a entrega e retirada dos queijos são feitos de acordo com as orientações de segurança preconizadas pelas autoridades de saúde e também conforme as normas de contingenciamento adotadas pela Epamig.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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