Eles reclamam que passam por momentos difíceis já que estão recebendo menos do que gastam com a produção de leite, por conta da importação y entregaram uma lista de reivindicações da categoria ao Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar Paulo Teixeira.
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Produtores de leite da região de São João da Boa Vista entregam lista de reivindicações ao ministro Paulo Teixeira — Foto: Nilson Porcel/EPTV

Produtores de leite da região de São João da Boa Vista (SP) entregaram uma lista de reivindicações da categoria ao Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar Paulo Teixeira.

O documento foi entregue pelos pecuaristas ao representante do Governo Federal durante um encontro em Águas da Prata.

Segundo o Sindicato dos Produtores Rurais, há cerca de 1,6 mil produtores de leite na região. Eles reclamam que a categoria está recebendo menos do que gasta com a produção. A crise econômica, causada pela importação do produto que chega a custar até 48% do que o leite nacional, tem levado muitos a desistirem da atividade.

“A gente espera que essas importações de leite acabem o quanto antes pra gente poder sobreviver. Do jeito que está, a gente não aguenta, está ruim, de mal a pior”, lamentou o produtor, Anderson Medeiros Costa.

Produtores de leite de São João da Boa Vista pedem ajuda ao Governo Federal para diminuir importação — Foto: Nilson Porcel/EPTV
Produtores de leite de São João da Boa Vista pedem ajuda ao Governo Federal para diminuir importação — Foto: Nilson Porcel/EPTV

O ministro do Governo Federal chegou no interior de São Paulo por volta das 11h. Ele participou de uma visita à Sede da Cooperativa e Encontro com Produtores de Café e da Agricultura Familiar e também às Torres de Conectividade Digital da Embrapa, em Caconde.

Em seguida, ele foi até São Sebastião da Grama onde participou do “Concurso do Terroir da Região Vulcânica” – que premiou os melhores cafés. Depois visitou uma fazenda em São João da Boa Vista e seguiu para Água da Prata onde os produtores de leite entregaram o documento a ele. Veja abaixo a lista de reivindicações.

“A gente tem que fundamentar qualquer reivindicação na situação real do produtor hoje: paga mais para produzir do que ele recebe pelo preço do leite.

Isso traz um prejuízo enorme para o setor produtivo e não dá para sustentar o abastecimento alimentar do país. Isso é decorrente de uma série de razões muito complexas, mas principalmente pelo volume exagerado de leite que foi importado no último ano”, explicou o produtor rural, Nelson Nicolau.

Medidas emergenciais

  1. Que o governo implemente medidas concretas para conter a importação de leite e derivados, com resultados imediatos;
  2. Que seja proibida a reidratação de leite em pó para sua comercialização como leite fluido;
  3. Fiscalização para impedir a entrada de leite no país através de operações de ‘dumping’;
  4. Ampliação de compras do Governo, direto do produtor e/ou cooperativas de leite e derivados para os seus programas sociais;
  5. Reimplantação do programa de distribuição do ‘Ticket do Leite’ (Governo Sarney) para a população de baixa renda;
  6. Redução de impostos e taxas que incidem sobre máquinas, equipamentos e serviços que impactam o custo de produção do leite e derivados;
  7. Democratizar o acesso à crédito subsidiado e de longo prazo para amortização de dívidas e prejuízos decorrentes desta situação.

 

Produtores de leite da região de São João da Boa Vista entregam lista de reivindicações ao ministro Paulo Teixeira — Foto: Nilson Porcel/EPTV
Produtores de leite da região de São João da Boa Vista entregam lista de reivindicações ao ministro Paulo Teixeira — Foto: Nilson Porcel/EPTV

 

Medidas de médio e longo prazo

  1. Programas de assistência técnica aos pequenos e médios produtores;
  2. Capacitação em gestão financeira e de negócios e de fazenda para produtores;
  3. Programas de qualificação de mão de obra adequados ao uso das novas tecnologias;
  4. Estudo de modelos e sistemas de produção adequados a cada bioma;
  5. Desenvolvimento de práticas de preservação ambiental atreladas ao sistema de produção;
  6. Desenvolvimento de produtos derivados do leite com identidades locais, incrementando a verticalização com a consequente agregação de valor;
  7. Criação de canais e estruturas para a comercialização de produtos;
  8. Apoio concreto para o associativismo e cooperativismo;
  9. Desenvolvimento de mecanismos que incremente a exportação de leite e derivados;
  10. Dotar as regiões produtoras de infraestrutura de acesso à internet, estradas, etc.;
  11. Desenvolver programas que auxiliem a reconversão de atividades;
  12. Criação de linhas de crédito permanentes, subsidiadas e de longo prazo, com amortizações atreladas ao preço do leite (equivalência em leite) que promovam:
    – aumento de competitividade
    – qualidade dos produtos
    – tecnologia e eficiência
    – produtividade
    – gestão ambiental e conforto animal
    – melhore o ambiente e condições do trabalho
    – amplie os canais para comercialização
    – desenvolva o cooperativismo e associativismo
    – aumente a eficiência da cadeia do leite.

 

O que o Governo Federal pode fazer

Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar — Foto: Nilson Porcel/EPTV
Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar — Foto: Nilson Porcel/EPTV

 

Segundo o ministro Paulo Teixeira a importação do leite aumentou no ano passado, durante o Governo Bolsonaro, por conta de duas resoluções que foram publicadas em maio (Resolução Gecex nº 353) e em outubro (Resolução Gecex nº 409). A expectativa da antiga gestão era controlar a inflação permitindo a importação do produto.

Teixeira explicou que já no Governo Lula, ambas as resoluções já foram revogadas e que foi feito um novo decreto que dispõe sobre crédito para aquele que comprar leite in natura.

“Então, se os laticínios compram leite in natura, eles poderão se apropriar de crédito de PIS/Pasep. Com isso, nós estamos estimulando a compra de leite in natura no mercado interno. Também pedimos uma investigação sobre triangulação, isso é, leite que possa estar vindo de fora do Mercosul, e entrando aqui como se fosse do Mercosul, é ilegal, e também reidratação do leite do leite, que é hidratado o leite em pó. Agora a fiscalização está entrando”, disse.

O ministro também declarou que, após as medidas, o governo enxerga que a importação já está baixando, mas que ainda é necessário o apoio a cadeia leiteira. “O segundo passo que a gente tem que fazer é um programa de produtividade da cadeira leiteira, principalmente do pequeno e médio [produtor]. O que nós temos que fazer é aumentar a cadeia produtiva e essas medidas estão sendo estudadas pelo governo para complementar aquelas medidas de diminuição da importação”, explicou.

Produtores de leite da região de São João da Boa Vista entregam lista de reivindicações ao ministro Paulo Teixeira — Foto: Nilson Porcel/EPTV
Produtores de leite da região de São João da Boa Vista entregam lista de reivindicações ao ministro Paulo Teixeira — Foto: Nilson Porcel/EPTV

 

 

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