O produtor rural Onofre Tartas da Fazenda Erechim, na região do Pindaíba, Barra do Garças, ressalta que a vida está difícil para o pequeno produtor de leite. Ele afirmou que teve que reduzir o plantel de vacas, por causa do aumento dos custos de produção.
No mês passado, ele recebeu R$ 2,80 pelo litro do leite. Porém os descontos diversos aplicados reduziram o valor final para R$ 2,45 o litro do leite.
Tartas afirmou que o produtor é quem tem os maiores riscos: animais podem adoecer, necessitam de cuidados, ordenha diária, entre outros fatores de risco. Além disso, a situação das estradas também afeta o pequeno produtor de leite. Segundo Tartas, as prefeituras da região muitas vezes não atendem aos pedidos de recuperação das estradas, deixando outro prejuízo aos produtores.
Quanto ao preço, no mês anterior, era de R$ 2,30. Comparando com o novo preço, houve aumento de apenas 15 centavos, já que os demais aumentos foram retirados por conta dos descontos dos laticínios.
Ele chegou a produzir 7.700 litros no mês passado, uma produção diária acima de 250 litros.
A fazenda Erechim já produziu 900 litros de leite por dia. Porém, com os aumentos de custos, ele vendeu algumas vacas para suprir a necessidade de medicamentos veterinários, pastagem, ração, sal mineral e outros.
Onofre Tartas mantém hoje 30 vacas de leite com média de 8,5 de leite por vaca ao dia.
Ele optou por transferir sua produção para outra indústria de laticínios em busca de melhor preço: Garças paga R$ 2,90. “A falta de estímulo é muito grande o que está afastando os produtores de leite”, disse Onofre.
Hoje no pico da estiagem, por falta de capim, o gado leiteiro precisa ser tratado com ração, o que só aumenta os custos de produção. No supermercado em Água Boa, o mesmo leite que Onofre recebe líquido R$ 2,45, não sai por menos de R$ 7,50. A diferença fica com os atravessadores, disse ele.