Depois de cerca de 10 anos de espera, municípios da Serra Catarinense conseguirão vender seus produtos de origem animal para todo o Brasil.

Depois de cerca de 10 anos de espera, municípios da Serra Catarinense conseguirão vender seus produtos de origem animal para todo o Brasil. Até então, essa venda ocorria somente dentro da própria cidade, pois era o que a legislação permitia.

Agora, o Consórcio Intermunicipal Serra Catarinense (Cisama) conseguiu credenciamento do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) para auditar serviços municipais de inspeção sanitária e produtos de agroindústrias.

Os produtores e prefeitos da região festejam a mudança que incrementará a economia, através da comercialização maior e contratação de mão de obra para dar conta da demanda que tem expectativa de aumento. Produtos como mel, queijo, bolachas caseiras, frango caipira, salame, coalhada, são alguns que serão beneficiados com a medida.

O vice-presidente do Cisama e prefeito de Rio Rufino, Thiago Costa, frisa que a economia da Serra Catarinense será incrementada com investimentos de fora, devido a esse credenciamento. “Empresários de fora vão querer investir nessas produções regionais, porque, agora, há possibilidade de grande expansão.”

Costa destaca que esse credenciamento do Cisama só foi possível graças à união dos municípios. “Muitos querem vender em larga escala, mas, sozinhos, não conseguem. Bom destacar que, na prática, o produtor continua com o mesmo processo de fabricação, porque as regras sanitárias são as mesmas que o município exigia.”

O superintendente federal de agricultura em Santa Catarina, Túlio Tavares Santos, explica que esse processo de credenciamento foi demorado, porque é novo para o Ministério da Agricultura.

“Antigamente, existia somente o carimbo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), depois a legislação foi se aperfeiçoamento e surgiu o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) para o município; e o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) para o Estado. Era preciso que as regiões tivessem essa possibilidade de vender para o país, pois possuem grande potencial e todos têm a ganhar com essa conquista.”

Ele conta que o Ministério quer fomentar o programa, pois gera emprego e renda, através do incentivo aos produtores regionais.

Frango caipira do Cerrito será comercializado no país

Durante o processo para obter a certificação, o Cisama auditou o serviço de inspeção municipal de São José do Cerrito e o Abatedouro de Frango Caipira Carú. Agora, aguarda apenas o registro do abatedouro junto ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/POA) e a alteração de rotulagem dos frangos para que seja autorizada a comercialização em todo território nacional.

O que deve acontecer ainda em fevereiro. Com a mudança, o Cisama passa a ser auditado pelo Mapa uma vez por ano. E tem a responsabilidade de auditar os serviços de inspeção municipal que, por sua vez, farão auditoria nas agroindústrias que buscam a equivalência de seus produtos.

Atualmente, 12 produtores fazem parte da Cooperfrango Carú, a cooperativa que produz frango caipira, em São José do Cerrito. A meta, agora, com a certificação do Cisama, é vender no Brasil inteiro. “A alimentação do frango é 100% vegetal, se alimenta do pasto, milho e soja, por isso, é considerada uma proteína mais saudável. É abatido com 90 dias”, conta o presidente da Cooperativa Cooperfrango Carú, Amarildo Tadeu de Oliveira.

Para que se pudesse vender o frango, foi preciso criar a Associação de Produtores de Frango Caipira Carú. O presidente da entidade, Moacir de Oliveira Correa, conta que hoje o abate é de 500 frangos por semana, mas passará a 3,5 mil por semana. “Nosso projeto é ter 20 associados e começar a vender para o país, a partir do momento em que a demanda do mercado flua.”

Queijo artesanal serrano também quer ganhar o Brasil

Outro produto que deverá procurar essa certificação e o Queijo Serrano, uma tradição da Serra Catarinense, feito a partir de leite cru, que faz parte da alimentação e da renda das famílias da serranas e dos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul, desde o final do século 17.

A região geográfica delimitada como produtora do queijo, denominada Campos de Cima da Serra, compreende 18 municípios da Serra Catarinense e 16 da região nordeste de altitude do Rio Grande do Sul, totalizando 34 mil km². São aproximadamente 3,5 mil pecuaristas familiares que produzem o queijo, utilizando somente leite da propriedade.

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A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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