Não dá para negar que, quando a informação chega, muita coisa muda. No campo, não é diferente. Os bons resultados que estão sendo alcançados pelo projeto “Campos Leite”, feito pela Prefeitura de Campos, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, vêm mudando a realidade nas pequenas propriedades de Campos.
Cerca de 140 pecuaristas são atendidos pelo programa que existe há dois anos. Além de assistência técnica uma vez ao mês, alguns também receberam resfriadores. O município produz em média 90 mil litros de leite por dia, sendo a maior bacia leiteira do estado do Rio de Janeiro.
Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Almy Júnior, não existe outra alternativa a não ser a capacitação no campo. A assistência técnica tem feito diferença. “É um dos principais programas da nossa agropecuária. Campos já foi e é ainda a principal bacia leiteira do estado do Rio de Janeiro, que mais produz por município. Mas já foi três vezes maior. O município sempre foi um grande fornecedor de leite para toda a região. Sem contar que o leite é um instrumento importante de geração de emprego e renda, para o pequeno agricultor” explica Almy.
O potencial leiteiro da região é grande, principalmente pela geografia e o acesso ao mercado consumidor. O projeto “Campos Leite” tem o diferencial de levar o veterinário na propriedade, um serviço caro quando pago pelo pequeno agricultor, mas quando feito em conjunto multiplica resultados. Além da secretaria de agricultura de Campos, o projeto também tem apoio do Sindicato Rural e Senar.
“Entendemos o potencial da região. A produção leiteira é uma atividade de rentabilidade principalmente para o pequeno agricultor. A gente fornece resfriador de leite e, principalmente, assistência técnica. Qual que é o principal protocolo de assistência técnica? A alimentação e reprodução.
Para um pequeno produtor de leite, a vaca tem que dar um bezerro por ano, porque ela não só vai produzir leite a partir dessa reprodução, como também vai dar uma renda extra a partir do bezerro que essa vaca gera.
No programa Campos Leite, damos capacitação e todo o treinamento e, também, ajudamos a organizar pequenas associações de agricultores, além disso, fornecemos já 12 resfriadores”, afirma o secretário.
Agricultor satisfeito – Para o produtor rural Anderson José Rangel de Sousa, que mora no distrito de Mussurepe, na Baixada Campista, o “Campos Leite” veio para dar mais segurança na produção, já que ele tinha muita dificuldade de investir em assistência técnica, sendo difícil com tantos custos e pouco dinheiro.
Quando ele começou na produção leiteira, tinha apenas uma vaca e muita vontade de crescer, hoje já tem 20 animais e tira, por dia, 160 litros de leite. A visita do veterinário acontece todo mês e o resultado tem sido muito bom, tanto que ele está com 15 vacas que devem parir nos próximos meses, garantindo o aumento do volume de leite e da renda para o pecuarista.
– As informações no campo sempre costumam demorar um pouco a chegar. A assistência é crucial para melhorar as práticas e fez a diferença aqui. Nós temos na base de uns 50 piquetes, mais ou menos. Já estamos montando outra área, cerca de um hectare para mais piquete. Hoje, estou empregando duas pessoas no serviço e, se conseguir ampliar, vai ser bom para todos -, explicou Anderson.
Assistência Técnica – A ideia do projeto não é só ensinar o pequeno agricultor a tirar leite, mas orientar a fazer o piquete para não faltar alimentação, acompanhar a saúde do animal e, principalmente, a capacidade reprodutiva. O foco do programa é assistência técnica, reprodutiva, sanitária e nutricional. “A gente chega na propriedade, trabalha primeiro com a nutrição, ajusta a nutrição desses animais.
A partir daí, a gente começa a trabalhar manejo e, consequentemente, chega na reprodução, porque a reprodução está diretamente ligada à produção. Depois, a gente começa a fazer protocolos, por exemplo: a gente tinha um histórico aqui que o pessoal tirava mais leite na safra, né? E na entressafra não tirava tanto.
Chegando à assistência técnica, o produtor consegue produzir mais e com qualidade, inclusive faz duas tiradas no dia. Isso melhora a vida do produtor e melhora a qualidade do produto, em consequência melhora para os animais nos cuidados sanitários”, conta o veterinário do projeto, Renan Ribeiro.
Solicite o serviço – A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca disse que recebe sempre ligações de pequenos produtores que querem inovar no campo. Muitas vezes, a informação correta pode modificar a rotina e levar mais ânimo ao agricultor. Quem quiser mais informações basta ligar para os números: (22) 98168 0505/ (22) 98126 5475.