Socialistas dizem que medidas para desincentivar produção do leite, promovidas pelo executivo regional, podem resultar no prejuízo da produção de queijo de São Jorge.

O PS/Açores considerou esta terça-feira que as medidas que o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) tomou para desincentivar a produção de leite têm gerado “muita confusão” e são uma “ameaça” à produção do queijo da ilha de São Jorge.

Citado numa nota de imprensa, o deputado socialista na Assembleia Regional Carlos Silva critica a “instabilidade na produção de leite gerada” pelo executivo açoriano liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro.

”As medidas que o Governo dos Açores tem tomado para desincentivar a produção de leite têm gerado instabilidade nas entregas às cooperativas e poderão prejudicar a produção de queijo de São Jorge”, afirma o deputado do PS/Açores, que está a realizar as suas jornadas parlamentares na ilha de São Jorge.”

Na nota, Carlos Silva destaca que em 2021 a entrega de leite nas cooperativas de São Jorge “foi de 30 milhões de litros”, estimando que em 2022 seja de “apenas 27,5 milhões de litros”.

O socialista lembra que o limite de produção mínimo por ano para São Jorge, definido pelo Governo Regional, é de 26 milhões de litros.

Contudo, acrescenta, “ora pagando para reduzir a produção de leite numas ilhas, ora incentivando a produção noutras”, o executivo regional tem “gerado muita confusão e falhas no setor do leite e laticínios”.

Essa “confusão”, é “uma ameaça para a produção do queijo São Jorge, um dos mais conhecidos e apreciados queijos, a nível nacional e mundial”, salienta.

“Desde a continua aposta na valorização e diferenciação dos laticínios dos Açores, à falta de mão-de-obra, passando pelo brutal aumento dos custos de produção e não esquecendo o aumento das taxas de juro, o que os produtores de leite e a indústria precisam é de um Governo forte, com uma visão estratégica“, defende o parlamentar.

A 8 junho, o Governo dos Açores revelou que está a elaborar um plano para a produção de leite na ilha de São Jorge, prevendo definir um valor mínimo para assegurar a sustentabilidade do setor.

“Até ao final do ano, vamos definir um valor a partir do qual a produção de leite não pode descer. Quando descer abaixo de um determinado valor, que nós estimamos que pode ser, por aproximação, 26 milhões de litros de leite [por ano], pode pôr em risco a sustentabilidade de toda a fileira e das cooperativas”, adiantou, em declarações à Lusa, o titular da pasta da Agricultura nos Açores, António Ventura.

Mais de 60 produtores de leite dos Açores reconverteram as suas explorações para a produção de carne, desde final de 2020 até março, sendo que o atual executivo açoriano, desde que tomou posse em novembro de 2020, já abriu três períodos de candidaturas a apoios à reconversão do leite para a carne

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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