No início de setembro, foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os resultados da segunda Pesquisa Trimestral do Leite.

No início de setembro, foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os resultados da segunda Pesquisa Trimestral do Leite.

Os dados são referentes ao volume de leite adquirido e industrializado pelos laticínios com inspeção municipal, estadual ou federal no segundo trimestre de 2020.

No primeiro trimestre

No primeiro levantamento, relativo a janeiro a março, a produção crescera 1,4% frente ao mesmo período no ano passado.

Em meados de março, com o advento da pandemia causada pelo coronavírus no país, as medidas restritivas e a queda na renda da população trouxeram prejuízos ao mercado do leite, o que gerou incertezas em relação à produção no campo.

No segundo trimestre

Nesse cenário, no segundo trimestre, o volume de leite adquirido pelas indústrias caiu. No período, foram captados 5,76 bilhões de litros, 1,7% menos que no segundo trimestre de 2019.

No entanto, a produção maior no primeiro trimestre do ano contribuiu para que no acumulado do primeiro semestre o volume captado crescesse 0,4% na comparação feita ano a ano (figura 1).

Figura 1. Volume de leite adquirido pelos laticínios, em bilhões de litros.

200918 Carta Leite 1
Fonte: FGV / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Reação na produção em julho e agosto

De acordo com os dados do Indicador de Captação de Leite da Scot Consultoria, a produção de leite reagiu em julho e agosto.

O índice subiu 6,2% em julho, comparado a junho. E em agosto houve incremento de 2,3% no volume de leite captado. No entanto, em relação a igual período do ano passado, os volumes foram 1,7% e 1,5% menores, respectivamente.

A reabertura do comércio em determinadas regiões e o pagamento dos auxílios emergenciais favoreceram a recuperação da demanda interna por leite e derivados, depois da queda nos primeiros meses de pandemia.

Esta reação no consumo na ponta final gerou uma procura maior pelos laticínios por matéria-prima (leite cru), o que fez o preço do leite ao produtor subir nos últimos pagamentos.

Associado às altas nos preços do leite pago ao produtor desde junho, o forte incremento produtivo no Sul do país (safra) também contribuiu para que o volume produzido no campo aumentasse.

Figura 2. Índice Scot Consultoria de Captação de Leite, média nacional. Base 100=março de 2011.

200918 Carta Leite 2
Fonte: Scot Consultoria

Considerações Finais

A produção de leite vem crescendo, estimulada pelos investimentos em alimentação dos animais por parte do produtor, devido ao cenário positivo dos preços do leite.

A partir de outubro e novembro, com as chuvas mais regulares no Brasil Central e região Sudeste, a produção de leite deve aumentar com mais força, o que tende a pressionar os preços aos produtores.

A demanda por leite e derivados merece acompanhamento em função das altas nos preços dos lácteos no atacado e varejo nos últimos meses, o que diante deste quadro de crise econômica e queda no poder aquisitivo da população pode ser um entrave para o consumo.

Outro ponto de preocupação é com relação aos pagamentos dos auxílios emergenciais que, apesar de estendidos até dezembro, a redução de R$600,00 para R$300,00 deve impactar na demanda por leite e derivados.

A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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