“A surpresa foi bem maior do que eu podia esperar, a pontuação foi muito alta, sobretudo naquelas condições. Fiquei emocionada porque é o resultado de um trabalho muito sofrido; fazer queijo não é fácil”, avalia Lúcia.
Reconhecimento
Engenheiro agrícola ítalo-brasileiro, formado pela Universidade de Milão e especialista na produção de queijos, Pedro Domenghini Albano afirma que o resultado obtido pelo Queijo do Ivair é a prova de que os produtores mineiros estão no caminho certo.
“Temos que focar naqueles aspectos de produção, rendimento e fiscalização sanitária para melhoria da qualidade. Tenho certeza que, em pouco tempo, os queijos da Canastra estarão no mesmo nível dos europeus e, quem sabe, ganharão grandes concursos como o World Cheese Awards”, afirma Albano.
Para a diretora de Agroindústria e Cooperativismo da Seapa, Renata De Paoli Santos, a viagem permitiu um intercâmbio valioso, que ampliou a visão de técnicos e produtores sobre a necessidade de valorização dos produtos com denominação de origem.
“Ficou clara a necessidade de valorização do produto tradicional, com história. Em Minas, há queijos de excelente qualidade que não perdem em nada para os produtos de fora no que diz respeito à qualidade sensorial”, contextualiza.
Expectativas
A principio,na avaliação da secretária Ana Valentini, o reconhecimento de mais um queijo artesanal mineiro é um sopro de esperança para o setor rural. “Isso traz ainda mais valor para nossos produtos artesanais. Temos riqueza e tradição gastronômica e essa nota confirma que estamos na direção correta ao incentivar a produção e a regularização desses alimentos”, afirma.
Além disso, o Presidente da Associação dos Produtores do Queijo Canastra (Aprocan), João Carlos Leite também afirma que o resultado da avaliação evidencia o potencial do setor em nível internacional. “Nossos produtores são altamente competitivos na Itália. Precisamos investir em uma legislação adequada e em melhores tecnologias para crescermos ainda mais”, conclui.