ESPMEXENGBRAIND
23 jul 2025
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🏅 Antes mesmo de ser lançado, o queijo artesanal Nevoeiro de Urupês já conquistou medalha de ouro no Prêmio Queijo Brasil, superando 2.290 amostras.
Urupes. A meta é escalar a produção sem abrir mão da identidade artesanal, e viabilizar a venda online para alcançar novos mercados.
A meta é escalar a produção sem abrir mão da identidade artesanal, e viabilizar a venda online para alcançar novos mercados.

O queijo artesanal Nevoeiro, produzido em Urupês, interior de São Paulo, venceu a medalha de ouro no VIII Prêmio Queijo Brasil antes mesmo de chegar ao mercado.

A conquista é ainda mais simbólica ao considerar que o queijo ainda está em fase de testes e superou outras 2.290 amostras avaliadas às cegas por um júri técnico de 140 especialistas, durante o concurso realizado neste mês em Blumenau (SC).

Com casca branca, natural e florida, e um sabor intenso desenvolvido após mais de 40 dias de maturação, o queijo artesanal Nevoeiro já nasce premiado. “Ficamos surpresos e felizes. O Nevoeiro ainda está em fase experimental. Não esperávamos uma premiação tão expressiva agora”, relatou ao G1 o mestre queijeiro Eder Augusto Duarte, de 47 anos.

A proposta nasceu da expertise adquirida com o primeiro queijo maturado da propriedade, o Queijo Bambu, também premiado com ouro na edição de 2024 do Prêmio Queijo Brasil.

O sucesso anterior serviu de impulso para a criação de um novo tipo de queijo com casca de fungos naturais — uma característica valorizada por consumidores mais exigentes e também por mercados gourmet.

Além da técnica de produção cuidadosa, o terroir da fazenda tem se mostrado um aliado. Segundo Eder, o clima, o solo e a topografia favorecem o desenvolvimento da flora natural do queijo.

Toda a matéria-prima é proveniente do próprio rebanho leiteiro da propriedade, criado a pasto e livre de brucelose e tuberculose. A rotina da queijaria inclui viragens diárias e controle rigoroso de temperatura e umidade durante a maturação.

Mesmo com o reconhecimento crescente, a produção da Elied Queijaria — nome da empresa familiar fundada oficialmente em abril de 2025 — segue 100% artesanal, com cerca de 100 litros de leite processados por dia.

A operação é conduzida por Eder, sua esposa Eliete, um colaborador na ordenha e um técnico responsável pela fabricação.

A busca por agregar valor ao leite produzido na fazenda foi o que motivou os primeiros passos da queijaria. “Começamos na cozinha do sítio, fazendo queijo fresco. A aceitação foi tão boa que resolvemos legalizar a produção e buscar qualificação”, recorda o produtor.

O passo seguinte foi a conquista de premiações e o aumento da visibilidade, inclusive entre os jurados mais exigentes do país.

Além do ouro conquistado pelo Nevoeiro, o Queijo Bambu segue em destaque e está entre os cinco finalistas do Prêmio CNA Brasil Artesanal, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A cerimônia está marcada para o dia 22 de julho, em Brasília (DF).

Com três reconhecimentos nacionais em menos de dois anos, a queijaria já planeja novos voos. “Vamos iniciar a produção oficial do Nevoeiro e estamos em processo de regularização junto ao SISP (Sistema de Inspeção de Produtos de Origem Animal)”, explica Eder.

A meta é escalar a produção sem abrir mão da identidade artesanal, e viabilizar a venda online para alcançar novos mercados.

“A gente não quer virar uma fábrica. Nosso foco é manter o cuidado e a qualidade, mesmo com a expansão”, reforça o mestre queijeiro.

O caso da Elied Queijaria é um exemplo inspirador do potencial da produção artesanal de leite no Brasil, mesmo fora dos tradicionais polos queijeiros. Com técnica, paixão e respeito ao leite como matéria-prima, é possível conquistar paladares — e medalhas — em todo o país.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Ciência do Leite

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