ESPMEXENGBRAIND
5 ago 2025
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De Parauapebas para o país, a Queijaria Cosa Nostra combina excelência, cultura local e turismo em torno do leite de búfala.
Búfala. A Queijaria Cosa Nostra não se destaca apenas pela qualidade dos produtos, mas também por seu impacto cultural.
A Queijaria Cosa Nostra não se destaca apenas pela qualidade dos produtos, mas também por seu impacto cultural.

O queijo de búfala é o protagonista de uma história que começou com pizzas e se transformou em um projeto premiado, que movimenta a economia, o turismo e a cultura em Parauapebas, no sudeste do Pará.

A Queijaria Cosa Nostra, fundada por Pedro de Oliveira e sua família, nasceu da necessidade de abastecer uma pizzaria local e hoje é referência nacional em produtos derivados do leite de búfala.

“A gente usava muita mozzarella e decidimos produzir a nossa. Foi aí que descobrimos que a verdadeira mozzarella é feita com leite de búfala — e tudo começou”, conta Pedro, ao relembrar o ponto de virada no sítio Açaizal, propriedade da família há mais de 30 anos.

Tradição familiar que virou referência em qualidade

A propriedade, fundada pelos pioneiros Joaquim Martins e Lúcia Margarida, serviu de base para iniciar a criação de búfalas e transformar o sonho da autossuficiência em uma referência de qualidade.

Com um compromisso sólido com o bem-estar animal e o respeito à terra, a Queijaria Cosa Nostra ganhou projeção nacional ao vencer, em 2018, o prêmio de Melhor Queijo do Brasil.

“Esse prêmio foi um divisor de águas. Validou nosso trabalho e nos motivou ainda mais”, afirma Pedro.

Desde então, a empresa diversificou a linha de produtos, oferecendo queijos coalho, minas e frescal temperado, além de burrata, iogurte e doce de leite — todos feitos exclusivamente com leite de búfala.

A distribuição não se limita a Parauapebas: os produtos estão presentes em supermercados, hotéis e restaurantes de cidades como Marabá, Carajás e Belém.

Leite de búfala: nobreza nutricional e diferencial de sabor

Segundo Pedro, o leite de búfala oferece benefícios nutricionais que vão além do paladar. “Tem 30% menos colesterol que o leite de vaca, mais cálcio, ferro e vitaminas. Além disso, tem um sabor levemente adocicado, que realça os queijos e sobremesas”, explica.

Para pessoas com intolerância à lactose ou alergias ao leite de vaca, o leite de búfala pode ser uma alternativa mais leve e digestiva.

Esse perfil nutricional e sensorial tem conquistado não só os consumidores da região, mas também chefs, nutricionistas e entusiastas da boa gastronomia em outras partes do Brasil.

Cultura e turismo: da fazenda à rota gastronômica

A Queijaria Cosa Nostra não se destaca apenas pela qualidade dos produtos, mas também por seu impacto cultural. A empresa é responsável pela criação e organização do Festival Buffalo’s Gourmet, já em sua sexta edição, reconhecido como patrimônio cultural e imaterial de Parauapebas e do estado do Pará.

“O festival é uma celebração da nossa cultura, da gastronomia e do potencial produtivo do município. Promovemos oficinas gratuitas, seminários com universidades, abrimos espaço para artesãos e produtores locais”, destaca Pedro.

Outro projeto consolidado é a Rota do Búfalo, experiência turística que permite aos visitantes conhecer a criação das búfalas, acompanhar o processo de produção dos queijos e saborear os produtos direto da fonte, no sítio Açaizal. O turismo rural, neste caso, caminha junto com o desenvolvimento sustentável e a valorização da identidade regional.

Desafios e missão histórica

Apesar das conquistas, a rotina da queijaria está longe de ser simples. “A manutenção da qualidade, o investimento em mão de obra qualificada e o melhoramento genético do rebanho são desafios constantes”, afirma Pedro.

Ainda assim, ele não esconde o entusiasmo: “Mexer com búfala é mais do que um negócio. É construir uma comunidade em torno de um produto que tem alma, tem história, tem sabor. É um mercado mais rentável que o leite bovino e que cria laços”.

Pedro enxerga o trabalho da Cosa Nostra como parte da construção de um novo capítulo da agroindústria paraense. “Estamos escrevendo a história do queijo de búfala no Pará. Não só pelos prêmios, mas pelo que geramos com os festivais, com o turismo, com a valorização da nossa cultura”.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de ZÉ DUDU

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