O queijo artesanal é uma iguaria mineira de forte valor cultural no estado, com algumas práticas datadas do século XVIII. A vasta diferença entre os produtos locais e os aspectos próprios de cada região produtora é motivo de orgulho do setor.
Em conversa com o Estado de Minas, Eduardo Girão, curador das seis oficinas na 5ª edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas Gerais, conta que o laticínio herda características diferentes a partir da região onde é produzido. O “terruá” é um conjunto de aspectos naturais, como o clima e microbiótica e humanos, como as técnicas empregadas e o produto desejado, que garante variações em receitas.
No mercado, existem queijos identificados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), com preservação das receitas, histórias e cultura do produto por meio de regulamentações do preparo.
“Elas determinam os ingredientes, fermentação, tempo de produção, clima e alimentação de animais, tudo isso faz um queijo diferente de outro”, explica o Girão. Muitos queijos famosos, como o cabacinha, que lembra uma mussarela e existe há 70 anos, ainda não são regulamentados.
A Emater classifica os queijos mineiros em três tipos e 12 microrregiões. O processo de reconhecimento como uma região deve partir dos produtores locais, que se organizam e descrevem as características do queijo e encaminham adiante.