A multinacional Saputo voltou a ocupar o primeiro lugar no ranking das maiores indústrias de laticínios do país para o período 2023/2024.
Essa é uma lista elaborada todos os anos pelo Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA), com base em informações fornecidas pelas próprias empresas – devido ao sigilo estatístico, não há dados oficiais – sobre a quantidade de leite que recebem e processam diariamente em suas fábricas.
Com 3,6 milhões de litros por dia, a Saputo – que produz várias marcas, mas a mais conhecida é a La Paulina – está no topo do ranking; seguida pela Mastellone Hnos (La Serenísima), com 3,15 milhões; e pela Savencia (Milkaut), com 1,66 milhão.
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Depois dessas três multinacionais, o top 5 é completado por duas PMEs do setor de queijo e manteiga de Villa María: Punta del Agua, com 1,15 milhão (estimado pela OCLA) e Noal (929.352 litros).
Atrás delas, a gigante argentina Adecoagro está em sexto lugar, com 839.027 litros. E a pesquisa confirma o colapso da Sancor, que já foi a maior produtora de laticínios do país, mas devido à sua eterna crise, hoje aparece apenas em 12º lugar, com 409.163 litros.
INDÚSTRIAS DE LATICÍNIOS: HÁ CONCENTRAÇÃO?
Dentro dessa estrutura, com base nessas informações, o estudo da OCLA faz uma série de considerações interessantes sobre o mercado de laticínios na Argentina.
Por exemplo, os dados refutam a hipótese frequentemente apresentada de que se trata de um mercado concentrado. Pelo contrário, é um dos países com o setor de laticínios mais atomizado.
Se considerarmos as cinco empresas que mais processam leite, elas respondem por 36,2% da produção nacional, enquanto a média mundial para o grupo principal de empresas é superior a 80%.
“A principal empresa da Argentina recebeu 12,5% do total de leite; esse valor nos principais países produtores de leite do mundo está na faixa de 25 a 90%. Em meados da década de 1990, na Argentina, a empresa nº 1 do ranking recebia 23% e as 5 maiores, 55%”, acrescenta o relatório.
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Ao mesmo tempo, o desastre da Sancor fez com que o sistema cooperativo recebesse menos de 5% do leite, enquanto em 1994 recebia 35%. Em nível mundial, quase 50% do leite é administrado por cooperativas.
“Os números mencionados no relatório mostram uma grande atomização no recebimento/processamento do leite na Argentina, que aumentou desde a década de 1990 e se manteve nos últimos anos, como pode ser visto no gráfico a seguir”, acrescenta a OCLA.