Socorridas as vítimas, resta o desafio de reconstruir o Rio Grande. O setor lácteo, em especial, sabe que tem muito a fazer no campo e na indústria.
lácteo- Os criadores sergipanos confirmam o crescimento na produção de leite em Sergipe.

Empregando mais de 62 mil pessoas e gerando renda para o sustento de 220 mil gaúchos, o setor lácteo é um importante alicerce da economia do Rio Grande do Sul. Sua presença capilar em 493 dos 497 municípios do Estado lhe dá o poder de disseminar riquezas, mas também lhe sujeita ao impacto de ocorrências climáticas em igual proporção. O efeito da enchente que devastou cidades e o campo foi sentido pelas empresas já nos primeiros dias, e só não foi maior pela imediata mobilização da cadeia produtiva.

O que se viu foi um esforço uníssono das empresas para socorrer seus colaboradores, produtores e os parques industriais em todo o Rio Grande. Com dificuldade de acesso pelas estradas, as empresas agiram em grande cooperação para coletar o leite dos produtores mais próximos, independentemente da relação de fornecimento habitual. Da mesma forma, cederam insumos, água, embalagens e todo o necessário para que a produção não cessasse, eis que a manutenção da captação de leite nos produtores depende da transformação do produto nas fábricas. Campanhas ecoaram em diferentes frentes: empresas envasaram milhões de litros de água potável em embalagens de leite para doação, abasteceram hospitais, distribuíram alimentos e iniciaram ações de solidariedade.

Socorridas as vítimas, resta o desafio de reconstruir o Rio Grande. O setor lácteo, em especial, sabe que tem muito a fazer no campo e na indústria

Socorridas as vítimas, resta o desafio de reconstruir o Rio Grande. O setor lácteo, em especial, sabe que tem muito a fazer no campo e na indústria. Provavelmente, faltarão alimentos para os animais no inverno devido à degradação das pastagens, assim como recursos para reposição de equipamentos e estruturas afetados. O Sindilat entende que é urgente a adoção de políticas públicas e o acesso a todos os recursos possíveis para viabilizar essa reconstrução.

Precisamos agora, mais do que nunca, da liberação do Fundoleite para projetos emergenciais de indústrias e cooperativas em socorro aos produtores rurais. Temos certeza de que o governador Eduardo Leite sabe que chegou a hora de viabilizar acesso a esses recursos, que são privados e não terão momento mais oportuno para serem empregados. O mesmo pode se dizer do programa federal Mais Leite Saudável. O Sindilat solicitou a duplicação dos créditos presumidos e o incremento de 300% dos investimentos no campo. Isso possibilitará a ampliação em oito vezes da verba disponível para socorro aos produtores gaúchos. Isso é urgente!

Juntos, salvamos vidas, garantimos abastecimento do país e nutrimos um novo amanhã. Que sejamos resilientes para seguir uma jornada que não será fácil, assim como nunca são as batalhas do setor produtivo nacional.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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