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28 dez 2025
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🥛 Um episódio de leite derramado virou símbolo do colapso interno da maior banda dos EUA nos anos 1970.
🎸 Entre drogas, dívidas e egos, o leite derramado marcou a separação mais absurda do rock
🎸 Entre drogas, dívidas e egos, o leite derramado marcou a separação mais absurda do rock.

O leite derramado entrou para a história do rock como o símbolo mais improvável de uma das separações mais ruidosas da música americana.

No fim dos anos 1970, quando o Aerosmith vivia o auge absoluto da fama, um episódio aparentemente banal envolvendo um copo de leite escancarou um ambiente já contaminado por excessos, disputas internas e desgaste emocional.

Formado em Boston, o Aerosmith era, em meados da década de 1970, possivelmente a banda mais popular dos Estados Unidos. O grupo acumulava álbuns multimilionários como Toys in the Attic e Rocks, além de sucessos que se tornaram hinos geracionais, como “Dream On” e “Walk This Way”. Os shows lotavam arenas e estádios, e a imprensa especializada já os tratava como herdeiros diretos dos Rolling Stones em solo americano.

Mas, como frequentemente ocorre em trajetórias meteóricas, o sucesso veio acompanhado de excessos. Durante as gravações de Draw the Line, o ambiente interno da banda deteriorou-se rapidamente. Segundo relatos da época, o álbum foi registrado em meio a um clima constante de tensão, agravado pelo consumo desenfreado de drogas e pela dificuldade crescente de convivência entre os integrantes.

Quando chegou o momento de trabalhar no álbum seguinte, a situação tornou-se insustentável. As gravações foram adiadas sucessivas vezes, não apenas pela falta de material novo, mas também por discussões recorrentes e ausências prolongadas. De acordo com relatos próximos à banda, o desgaste artístico já era visível, e o relacionamento pessoal entre os músicos estava no limite.

Nesse contexto explosivo, um problema financeiro agravou ainda mais a crise. O guitarrista Joe Perry acumulava uma dívida de aproximadamente US$ 80 mil em despesas de room service durante a última turnê. Diante do impasse, o empresário da banda sugeriu que Perry gravasse um álbum solo, utilizando o adiantamento da gravadora para quitar o valor devido. A proposta, longe de pacificar o grupo, acentuou o sentimento de fragmentação interna.

O estopim final, porém, veio fora do estúdio e longe dos holofotes. Após um show em Cleveland, uma discussão nos bastidores envolveu Elissa, esposa de Joe Perry, e Terry, esposa do baixista Tom Hamilton. Durante o confronto, Elissa teria jogado leite sobre Terry, transformando o leite derramado em um gesto simbólico de uma ruptura já anunciada.

Pouco tempo depois do incidente, Joe Perry anunciou oficialmente sua saída do Aerosmith. A separação marcou o fim de uma das formações mais bem-sucedidas da história do rock até então. A imprensa tratou o episódio com espanto, destacando o contraste entre a grandiosidade da banda e a banalidade do motivo que ficou conhecido publicamente.

Sem Perry, o Aerosmith seguiu adiante, mas com resultados apenas moderados. Os anos seguintes foram marcados por instabilidade criativa, mudanças na formação e dificuldades comerciais. Para muitos fãs e críticos, a banda havia perdido parte de sua identidade original.

A história, no entanto, ainda reservava um capítulo de redenção. Em 1984, Joe Perry retornou ao grupo, selando a reconciliação que culminaria em um dos maiores renascimentos da música pop-rock. Em 1987, o lançamento de Permanent Vacation, álbum que alcançou cinco vezes platina, reposicionou o Aerosmith no topo das paradas e consolidou definitivamente sua imagem como “a banda de rock favorita da América”.

Anos depois, o próprio Steven Tyler resumiu o episódio com ironia. Ao comentar a separação de 1979 com a imprensa, o vocalista afirmou que tudo havia começado por causa de “um copo de leite derramado”, frase que se tornaria uma das mais citadas da história do rock.

Mais do que uma curiosidade, o episódio ilustra como tensões acumuladas podem explodir a partir de eventos aparentemente insignificantes. No caso do Aerosmith, o leite derramado não foi a causa, mas o símbolo perfeito de uma crise construída ao longo de anos de excessos, fama e pressão. Um lembrete de que, mesmo nos bastidores das maiores lendas da música, são os pequenos gestos que, às vezes, fazem a história transbordar.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Odsee

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