O produtor Armando Rhoden possui propriedade rural na localidade de Morro Gaúcho, em Tupandi, com 44 vacas em lactação e produção de 1.330 litros de leite ao dia. De maneira muito clara, tratou dos impactos da redução de intervalo entre partos. ?Trabalhar o melhoramento genético e ter o controle de parição, com anotações, faz toda a diferença. Iniciamos com a inseminação do rebanho nos anos 70 e, desde então, nunca mais paramos, cada vez investindo mais. Com o trabalho mais aprofundado, começamos a gerenciar as vacas como se fossem nossa empresa, fazendo-as produzir para termos bons resultados, um trabalho muito sério?, frisou, citando que o intervalo de parto na propriedade hoje é de 12,4 a 12,6 meses.
Rhoden destacou que diariamente confere a tabela de controle dos animais. Hoje em dia só fica na propriedade quem é produtor de leite profissional, não tem mais espaço para tirador de leite. Também tem que gostar da atividade, disse, elencando quesitos essenciais para o bom funcionamento de uma propriedade leiteira: informação, planejamento, organização e controle. Com esses quatro funcionando, a propriedade é rentável. Começar é fácil, mas permanecer na atividade e ter bons resultados é difícil. Por isso é muito importante conhecer a sua propriedade e o seu rebanho. A vaca só corresponde e dá resultado se dermos essa atenção a ela, concluiu.
Gerenciamento e tecnologia
O produtor Roberto Erig, de Maratá, abordou o uso da tecnologia na gestão reprodutiva. A propriedade familiar com mais de 50 anos na atividade leiteira conta, atualmente, com 60 animais, dos quais 26 em lactação, com produção de 950 litros de leite/dia.
Com formação técnica, cursos de melhoramento genético, inseminação e nutrição, Erig apreciou a utilização de aplicativo de gestão no dia a dia da propriedade leiteira. As anotações de diversos dados iniciaram há 30 anos, com meus pais, desde o nascimento de animais, partos, cio, data de inseminação, retorno, prenhez, projeção de parto, controle do pré-parto e período de secagem. Eu procurei tecnificar mais, para ter maior controle da parte reprodutiva, pois não adianta melhorar a nutrição e a genética se a reprodução não acompanhar?, disse, referindo-se ao uso de aplicativo para avaliação dos dados coletados.
Essa evolução é a profissionalização da atividade. Tenho tudo na palma da mão, no celular que está sempre no bolso. Assim, quando estou no meio dos animais, qualquer comportamento diferente pode ser acompanhado mais de perto com essa ferramenta?, finalizou, enumerando o ganho produtivo, de 21 para média de 36 litros, e a importância da eficiência reprodutiva. ?Não adianta estar tudo certo se a reprodução apresenta falhas. Os produtores devem abrir as portas da propriedade para profissionais técnicos, buscar a informação que está disponível para todos, usar as tecnologias, nunca sabemos o suficiente para não precisar de ajuda. Gerenciar a propriedade é saber o que precisa para não gastar com o que não é necessário.
Programação
O Fórum Tecnológico do Leite terá continuidade nesta quarta e quinta-feira (20 e 21/10), com transmissões pelo canal do Colégio Teutônia no Youtube a partir das 20h. No dia 20 serão apresentados cases de diferentes sistemas produtivos: Free-Stall, com a Granja Lenhard Estrela; Compost Barn, com a produtora Marina Frey, da Fazenda Frey Venâncio Aires; e Sistema Misto (Compost e Pastejo), com o produtor João Domingos Martins Venâncio Aires, tendo na moderação Diego Barden dos Santos (Emater/RS-Ascar e Colégio Teutônia).
No dia 21 o foco será o gerenciamento de resultados produtivos e financeiros na propriedade, com os cases Gestão de pessoas e de números, com a família Sprandel Teutônia; e Gerenciamento como tomada de decisões, com o produtor Artur Ziglioli Dois Lajeados, tendo na moderação Luciano Redu (Dália Alimentos).
O evento é uma realização do Colégio Teutônia e da Emater/RS-Ascar, com o apoio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Governo do Estado, Samaq Massey Ferguson, Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Machado Agropecuária, Ordemax Sistemas de Ordenha, Dália Alimentos, Sicredi, Nutron, Certel Energia, Cooperagri, Tangará, Duagro Soluções Sustentáveis, Launer Química, Maná, Languiru e Milkparts.