As principais doenças podais dos bovinos são: dermatite interdigital, erosão ungular, dermatite verrucosa, dermatite digital, flegmão interdigital, pododermatite asséptica (laminite), pododermatite circunscrita (úlcera de sola), fissuras longitudinais e transversais, deformação ungular, doença da linha branca, hiperplasia interdigital e pododermatite séptica (necrobacilose interdigital, “footrot”).
Os fatores predisponentes para a ocorrência das lesões podais podem ser relacionados ao ambiente, por exemplo pisos abrasivos ou vias de passagem com muito cascalho ou piquetes sujos e/ou com muito barro. Podem também estar relacionados ao manejo da propriedade, como deficiência na limpeza das instalações e na manutenção das camas, fazendo com que os animais fiquem em pé por mais tempo. Fatores nutricionais, hereditários (animais com deficiência de aprumo) e relacionados a fase em que o animal se encontra (gestação e lactação) também são predisponentes a esse tipo de afecção.
A frequência dos problemas locomotores é mais alta em bovinos criados em sistema de confinamento e semiconfinamento do que em animais criados extensivamente. Vacas leiteiras são mais acometidas por serem frequentemente criadas em regime confinado, além dos fatores hormonais e da influência do peso do úbere. Devido às lesões, elas permanecem deitadas por mais tempo, comem menos, têm dificuldade em se levantar e são mais sujeitas a traumatizar os tetos e desenvolver mastites. Além dos problemas primários relacionados às doenças podais, vacas com cascos lesionados têm taxas de concepção mais baixas, maior prevalência de cistos ovarianos, apresentam cio silencioso, podem apresentar anestro, além de terem sua imunidade diminuída.