ESPMEXENGBRAIND
21 out 2025
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📊 Em Paial, Santa Catarina, o leite é líder em renda rural e movimenta R$13 milhões, mas 14 famílias devem deixar a atividade até 2030, aponta levantamento da Epagri.
🐄 Epagri revela: leite garante R$13 milhões em Paial, mas perde produtores. Santa Catarina
🐄 Epagri revela: leite garante R$13 milhões em Paial, mas perde produtores.

A produção de leite em Santa Catarina vive um momento de contrastes entre tradição e transformação.

Um levantamento realizado pela Epagri de Paial, no Oeste catarinense, mapeou a realidade e as projeções da pecuária leiteira no município, revelando que a atividade continua sendo o pilar da economia local — mas enfrenta desafios de sucessão, custos e desmotivação entre os produtores.

Com pouco mais de 1,9 mil habitantes, Paial (SC) é uma comunidade fortemente vinculada à agricultura familiar: segundo o IBGE, 89% dos 356 estabelecimentos agropecuários operam nesse modelo.

A cidade soma 283 hectares de pastagens perenes, 520 hectares de silagem e mais de 2 mil cabeças de gado, números que sustentam uma cadeia produtiva essencial para o desenvolvimento regional.

O estudo, conduzido entre junho e setembro pela extensionista da Epagri, Simoni Paula Ritter, em parceria com a Secretaria Municipal da Agricultura, envolveu 62 famílias produtoras e identificou variáveis como sistemas de produção, custos, uso de silagem e ração, renda bruta e projeções futuras.

Os resultados mostram que a bovinocultura de leite lidera a geração de renda bruta anual entre as atividades pecuárias do município, movimentando cerca de R$13 milhões por ano.

Em seguida aparecem a avicultura, com aproximadamente R$5 milhões, e a suinocultura, com pouco mais de R$3 milhões. “A pecuária leiteira é uma atividade muito importante para o município e precisa de um olhar atento da Epagri e do poder público municipal, dada a sua relevância social, econômica e ambiental”, destaca Simoni.

Apesar do peso econômico, o levantamento aponta que até 2030, 14 famílias devem deixar a atividade. As principais razões envolvem a falta de mão de obra, a ausência de sucessores, aposentadorias e a migração para outros setores como avicultura, suinocultura e turismo rural, que têm se expandido na região.

A queda do preço do litro do leite, citada por diversas famílias, também é apontada como fator de desânimo.

No entanto, o futuro ainda reserva boas perspectivas. Mesmo com a saída de alguns produtores, a projeção da Epagri indica um crescimento de 11% na produção até 2030, impulsionado por quem pretende aumentar o rebanho e investir em eficiência produtiva.

Para apoiar esse avanço, a Epagri e a Secretaria da Agricultura planejam ações voltadas à redução de custos e à adoção de sistemas mais sustentáveis.

Durante as visitas às propriedades, Simoni observou que o uso intensivo de silagem tem elevado os custos e afetado o solo. “Alimentar os animais diariamente com silagem, sem considerar outros fatores, eleva o custo de produção, degrada o solo e aumenta o trabalho, sem garantir maior rentabilidade”, explica.

Uma das soluções defendidas pela Epagri é o sistema de criação à base de pasto, que proporciona maior economia e bem-estar animal.

Com o objetivo de fortalecer o conhecimento técnico e estimular a tomada de decisões mais estratégicas, a Epagri promoveu em 9 de outubro o seminário “Lucrando com a pecuária de leite”, realizado em Paial.

O evento reuniu produtores e especialistas para discutir temas como formação do preço do leite, eficiência econômica dos alimentos e bem-estar animal.

As palestras foram conduzidas pelos extensionistas da Epagri Márcio Ângelo Titon (Concórdia), Nédio Luís Patzlaff (Ipumirim) e Alisson Perin Zulpo (Irani). À tarde, os técnicos agrícolas da Secretaria Municipal da Agricultura, Leonel Olívio Bösing e Maziquiel Kemmrich Ruchs, lideraram estações práticas na propriedade da família De Col, abordando temas como qualidade da silagem, dimensionamento de silos e manejo de terneiras.

Os produtores puderam levar amostras de suas silagens para análise e participar de discussões sobre como melhorar a qualidade nutricional dos alimentos e o planejamento das propriedades. Para Simoni, a troca de conhecimento é essencial para o futuro do setor.

“Esperamos que as famílias nos procurem para planejar suas propriedades e aproveitar melhor as áreas de pastagem. Queremos que o leite continue sendo uma fonte de renda estável e sustentável”, afirma.

O evento marcou mais um passo na estratégia da Epagri de aliar tradição e inovação, promovendo a valorização da agricultura familiar e o fortalecimento da pecuária leiteira catarinense.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Agrolink

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