Produto contém beta caseína do tipo A2A2 que propicia melhor digestibilidade; cerca de 2500 alunos serão beneficiados.
Leite A2A2 proveniente de vacas com esse fenótipo
Leite A2A2 proveniente de vacas com esse fenótipo

A partir de agora, cerca de 2500 alunos da Rede Municipal de ensino de Santo Antônio do Monte vão tomar café da manhã com leite A2A2.

O produto, ainda pouco presente nas prateleiras dos supermercados, tem o mesmo gosto e, em termos nutricionais, se equivale ao comum. Sua superioridade está em outro motivo: a presença da beta caseína do tipo A2A2, uma proteína que melhora sua digestibilidade.

A fazenda  Grotadas  A2A2, localizada no próprio municipio, foi quem venceu a concorrência para o fornecimento do produto para todas as escolas e CEMEIs do município.

O proprietário, advogado, técnico agrícola e promotor de justiça aposentado, Tomáz Aquino, conta que começou a selecionar o gado há dez anos depois de ler um estudo a respeito num evento em Uberaba. “Fiquei impactado e decidi mudar por uma questão de ética. Não acho uma boa fazer um produto que cause desconforto em algumas pessoas”.

Para cumprir o contrato com a prefeitura, Tomáz não terá que fazer nenhuma adaptação na propriedade como aumento de rebanho ou contratação de funcionários. “Estamos prontinhos”, disse. A fazenda Grotadas tem, atualmente, 60 vacas em lactação e produz 1200 litros de leite por dia.

A nutricionista da prefeitura de Santo Antônio do Monte, Aliny Fernandes, explicou que a ideia de aquisição do produto surgiu em função da preocupação com a qualidade da alimentação dos estudantes.

“Sabemos que muitos deles consomem excesso de produtos industrializados com grande quantidade de açúcar e sódio. Além disso, o leite A2A2 tem a vantagem de proporcionar uma melhor digestão, atendendo às necessidades das crianças com alergia ou algum tipo de intolerância ao leite comum”.

A bebida será servida no café da manhã e também utilizada na produção de outras receitas do cardápio dos estudantes.

Entenda a diferença 

A principal diferença entre o leite A2 e o leite convencional está na proteína caseína. O leite A2 contém apenas a forma A2 da proteína beta-caseína, enquanto o leite convencional contém as formas A1 e A2. Em algumas pessoas a beta-caseína A1 pode causar problemas digestivos como desconforto abdominal e inchaço.

Gene sofreu mutação

 

Vaca do rebanho de Tomáz Aquino

De acordo com Marcos Vinícius, da Embrapa Gado de Leite, há cerca de dez mil anos,todos os bovinos produziam somente leite A2A2, mas o gene da beta caseína sofreu uma mutação dando origem ao alelo A1, ou seja, uma variação do mesmo gene. A partir de então, o gado com os alelos A1A1 ou A1A2 só produzem leite A1.

“Descobriu-se, então, que no momento em que o ser humano ingere o leite A1, produz um peptídeo chamado beta-casomorfina7 (BCM-7) que causa alergia nos indivíduos que já têm essa propensão, produzindo sintomas como diarreias, tosse, refluxo, erupções e coceiras.

O alelo A2 não desencadeia a formação desse peptídeo, portanto, tem uma melhor digestibilidade,” explica o pesquisador.

 

Tomáz comemora vitória na concorrência, ao lado da esposa Elzira Maria

 

 

 

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A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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