ESPMEXENGBRAIND
17 nov 2025
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17 nov 2025
O bimestre mostra ajuste de preços, maior diversificação e recuperação gradual da demanda externa na Argentina e no Uruguai 📈
Cone Sul lácteo: quem vence em preço e quem vence em volume? ⚖️ Argentina.
Cone Sul lácteo: quem vence em preço e quem vence em volume? ⚖️

O comércio exterior de lácteos do Cone Sul mostrou um período de reorganização e recuperação seletiva ao longo de setembro e outubro.

A Argentina encerrou setembro com mais firmeza nos preços e um avanço expressivo nos volumes — sobretudo na segunda quinzena, que ultrapassou 22,6 mil toneladas embarcadas, com melhora no valor médio e desempenho acima da primeira metade do mês.

No Uruguai, mesmo com um leve recuo nos preços médios, outubro foi marcado por ganho de ritmo: mais volume enviado na segunda quinzena e uma expansão relevante do alcance internacional, atingindo 38 destinos, contra 32 na quinzena anterior.

Entre os destaques regionais, manteiga, queijos duros e proteínas do soro registraram algumas das variações positivas mais significativas. Já o leite em pó — integral e desnatado — apresentou ajustes negativos, reforçando uma mudança na composição da demanda externa, que privilegia ingredientes e produtos de maior valor agregado.

South Dairy Trade ARGENTINA:

Comparação de Resultados – Mercado Lácteo Argentino

Período 15/09/2025 – 30/09/2025 vs. 01/09/2025 – 15/09/2025

Na segunda metade de setembro, o comércio exterior de lácteos da Argentina apresentou um desempenho superior em relação à primeira quinzena, impulsionado principalmente por uma melhora nos preços médios e um aumento significativo nas toneladas embarcadas.

O preço médio situou-se em USD 3.978,70/Ton, acima dos USD 3.884,34/Ton registrados na primeira quinzena.

Em termos de volumes, a segunda quinzena atingiu 22.615,94 toneladas, superando amplamente as 18.053,55 toneladas embarcadas entre 1 e 15 de setembro.

Quanto aos destinos, o período 15–30/09 contabilizou 34 mercados, em comparação com 37 na primeira metade do mês. Apesar desta leve redução, o nível de diversificação se mantém dentro da faixa habitual observada nos últimos relatórios.

Resumo do mês de setembro de 2025

Considerando ambos os períodos, setembro fechou com um mês de maior firmeza nos preços e aumento no volume total, impulsionado principalmente pelo dinamismo da segunda quinzena. A diversificação de destinos permaneceu estável, com variações mínimas e comportamento alinhado ao padrão histórico do mês.

O fechamento mensal apresenta um cenário de melhor desempenho em valor e quantidade, consolidando setembro como um mês de recuperação moderada, com sinais positivos na demanda externa.

 

Leite em Pó Integral:

  • Preço: USD 3.888,46
  • Variação: –2,82%
  • Toneladas Exportadas: 12.345,45

 

Leite em Pó Desnatado:

  • Preço: USD 3.122,74
  • Variação: –1,12%
  • Toneladas Exportadas: 1.463,44

 

Queijo Semiduro:

  • Preço: USD 4.383,12
  • Variação: –2,69%
  • Toneladas Exportadas: 4.595,37

 

Queijo Duro:

  • Preço: USD 6.433,96
  • Variação: +0,33%
  • Toneladas Exportadas: 585,90

 

Manteiga:

  • Preço: USD 6.375,67
  • Variação: +2,09%
  • Toneladas Exportadas: 1.102,88

 

Buttermilk:

  • Preço: USD 2.742,68
  • Variação: –3,77%
  • Toneladas Exportadas: 70,59

 

Soro Permeado:

  • Preço: USD 627,12
  • Variação: +3,96%
  • Toneladas Exportadas: 397,80

 

Soro Parcialmente Desmineralizado (D40%):

  • Preço: USD 11.476,06
  • Variação: +2,52%
  • Toneladas Exportadas: 576,60

 

Concentrado de Proteína de Soro em Pó 35% (WPC 35%):

  • Preço: USD 2.958,66
  • Variação: +10,20%
  • Toneladas Exportadas: 1.218,32

 

Concentrado de Proteína de Soro em Pó 80% (WPC 80%):

  • Preço: USD 6.029,36
  • Variação: –11,99%
  • Toneladas Exportadas: 259,60

 

South Dairy Trade URUGUAY:

Comparação Quinzenal – Mercado Lácteo Uruguaio

Período 16/10/2025 – 31/10/2025 vs. 01/10/2025 – 15/10/2025

Durante a segunda quinzena de outubro, o comércio exterior de lácteos do Uruguai apresentou um desempenho caracterizado por maior volume e diversificação de destinos, embora tenha havido uma leve queda nos preços médios.

O preço médio situou-se em USD 3.865,19/Ton, abaixo dos USD 3.967,04/Ton registrados na primeira quinzena. Em termos de volumes, a segunda quinzena atingiu 12.230,62 toneladas, superando as 10.669,04 toneladas embarcadas entre 1 e 15 de outubro. O aumento evidencia um ritmo maior de exportações no final do mês. Quanto aos destinos, foram contabilizados 38 mercados, frente a 32 na primeira metade do mês.

Resumo do mês de outubro de 2025

Outubro fechou com um balanço positivo em volume e diversificação, compensando a leve queda nos preços médios. O mês se caracterizou por:

  • Aumento do volume exportado na segunda quinzena, elevando o total mensal de embarques.
  • Expansão de destinos, consolidando a presença internacional do Uruguai.
  • Leve correção nos preços médios, sem afetar a tendência geral da atividade exportadora. 

No conjunto, outubro apresentou dinamismo e estabilidade no comércio exterior de lácteos do Uruguai, com sinais de crescimento em toneladas e dispersão de mercados.

 

Leite em Pó Integral:

  • Preço: USD 3.911,96
  • Variação: –0,81%
  • Toneladas Exportadas: 9.525,91

 

Leite em Pó Desnatado:

  • Preço: USD 3.205,92
  • Variação: –4,26%
  • Toneladas Exportadas: 1.032,64

 

Queijo Semiduro:

  • Preço: USD 4.864,27
  • Variação: +2,50%
  • Toneladas Exportadas: 232,50

 

Queijo Duro:

  • Preço: USD 6.738,78
  • Variação: +10,66%
  • Toneladas Exportadas: 182,51

 

Manteiga:

  • Preço: USD 6.558,20
  • Variação: –3,16%
  • Toneladas Exportadas: 517,06

 

Buttermilk:

  • Não foram registradas exportações.

 

Soro Parcialmente Desmineralizado (D40%):

  • Preço: USD 1.278,83
  • Variação: –2,01%
  • Toneladas Exportadas: 740,00

 

Para o setor lácteo do Brasil, os movimentos de Argentina e Uruguai funcionam como um radar para calibrar decisões comerciais e industriais:
  • Pressão competitiva: a combinação argentina de maior volume e preços mais firmes indica maior agressividade no mercado internacional, especialmente no leite em pó integral, mesmo em queda. Esse movimento pode pressionar margens brasileiras e exigir ajustes táticos nos contratos.

  • Mudança no mix regional: a valorização de queijos duros, manteiga e proteínas do soro sinaliza oportunidades para o Brasil ampliar sua oferta em categorias de maior valor agregado, acompanhando tendências de demanda que se fortalecem no Cone Sul.

  • Oportunidade de mercados: a ampliação uruguaia para 38 destinos demonstra que há espaço global para quem ajusta volume, regularidade e competitividade. Observar quais mercados absorveram mais produto uruguaio pode orientar a prospecção brasileira nos próximos meses.

Em síntese, o cenário aponta para um Cone Sul mais dinâmico, com reposicionamento de mix e uma disputa mais intensa por mercados. Para o Brasil, a leitura fina desses movimentos é essencial para proteger competitividade e antecipar oportunidades no início de 2026.

*Informe: Gonzalo Peralta Palomas, South Dairy Trade | Análise: Valéria Hamann, eDairyNews

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