ESPMEXENGBRAIND
29 set 2025
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Argentina e Uruguai retraem exportações de lácteos. Veja como o Brasil pode se beneficiar.
O Reporte N° 86 traz a análise completa das exportações de lácteos da Argentina e do Uruguai em setembro: retração nos preços, mudanças nos destinos e impactos estratégicos para o mercado brasileiro.
O Reporte N° 86 traz a análise completa das exportações de lácteos da Argentina e do Uruguai em setembro: retração nos preços, mudanças nos destinos e impactos estratégicos para o mercado brasileiro.

O comércio exterior de laticínios no Cone Sul atravessa um momento de contrastes. Enquanto a Argentina iniciou agosto com sinais de retração em preços, volumes e destinos, o Uruguai encerrou a primeira quinzena de setembro com maior diversificação de mercados, mas enfrentando pressões baixistas nas cotações médias.

Este relatório apresenta uma análise detalhada do desempenho das exportações de ambos os países, destacando as variações de preços por categoria, os destinos atendidos e as tendências que ajudam a compreender o cenário atual da indústria láctea regional.

South Dairy Trade ARGENTINA:

Mercado de Laticínios da Argentina – Primeira Quinzena de Agosto de 2025

Durante a primeira metade de agosto, as exportações de laticínios da Argentina mostraram uma retração em relação à segunda quinzena de julho, tanto em preços quanto em volume e número de destinos.

Entre 1º e 15 de agosto, foram exportadas 17.039 toneladas, o que representou uma queda de 17,5% em relação às 20.658 toneladas embarcadas na segunda metade de julho. O preço médio ficou em USD 3.959 por tonelada, abaixo dos USD 4.094 do período anterior, refletindo uma redução de 3,3%.

Os destinos de exportação também diminuíram, passando de 36 para 32 mercados atendidos.

Em resumo, a primeira quinzena de agosto foi marcada por uma contração nos principais indicadores do comércio de laticínios argentino, mostrando um início de mês com menor dinamismo exportador que o observado em julho, mas ainda mantendo um volume significativo.

Leite em Pó Integral

  • Preço: USD 4.158,31
  • Variação: -0,38%
  • Toneladas Exportadas: 8.490,90

Leite em Pó Desnatado

  • Preço: USD 3.409,06
  • Variação: +1,32%
  • Toneladas Exportadas: 1.381,37

Queijo Semi-Duro

  • Preço: USD 4.595,85
  • Variação: -1,90%
  • Toneladas Exportadas: 3.250,43

Queijo Duro

  • Preço: USD 6.472,81
  • Variação: -3,13%
  • Toneladas Exportadas: 359,91

Manteiga

  • Preço: USD 6.182,48
  • Variação: -8,52%
  • Toneladas Exportadas: 872,30

Buttermilk

  • Variação: Nenhuma exportação registrada

Soro Permeado

  • Preço: USD 616,24
  • Variação: -0,46%
  • Toneladas Exportadas: 960,20

Soro Parcialmente Desmineralizado (D40%)

  • Preço: USD 1.214,95
  • Variação: -7,07%
  • Toneladas Exportadas: 749,80

Concentrado de Proteína de Soro em Pó 35% (WPC 35%)

  • Preço: USD 2.876,96
  • Variação: +5,62%
  • Toneladas Exportadas: 857,02

Concentrado de Proteína de Soro em Pó 80% (WPC 80%)

  • Preço: USD 6.963,86
  • Variação: -1,12%
  • Toneladas Exportadas: 117,60

South Dairy Trade URUGUAY:

Mercado de Laticínios do Uruguai – Primeira Quinzena de Setembro de 2025

Na primeira metade de setembro, as exportações de laticínios do Uruguai apresentaram um desempenho misto: enquanto o volume e o número de destinos aumentaram em relação à segunda quinzena de agosto, os preços médios sofreram uma queda significativa.

Entre 1º e 15 de setembro, foram exportadas 9.764 toneladas, 8% a menos do que as 10.607 toneladas embarcadas na segunda metade de agosto. O preço médio ficou em USD 3.988 por tonelada, registrando uma redução de 7,1% em relação aos USD 4.292 do período anterior.

Em contrapartida, a diversificação de mercados aumentou: os produtos uruguaios chegaram a 37 destinos, frente aos 28 registrados na segunda metade de agosto.

Em síntese, a primeira quinzena de setembro foi caracterizada por uma queda nos preços e no volume, mas com uma maior dispersão geográfica das exportações, indicando um esforço dos exportadores para compensar a baixa nos valores com a ampliação de mercados.

Leite em Pó Integral

  • Preço: USD 3.991,22
  • Variação: -3,56%
  • Toneladas Exportadas: 7.903,51

Leite em Pó Desnatado

  • Preço: USD 3.348,58
  • Variação: -2,08%
  • Toneladas Exportadas: 892,20

Queijo Semi-Duro

  • Preço: USD 4.782,10
  • Variação: -0,16%
  • Toneladas Exportadas: 206,93

Queijo Duro

  • Preço: USD 6.988,45
  • Variação: -1,09%
  • Toneladas Exportadas: 150,16

Manteiga

  • Preço: USD 6.891,50
  • Variação: -0,29%
  • Toneladas Exportadas: 286,07

Buttermilk

  • Nenhuma exportação registrada neste período

Soro Parcialmente Desmineralizado (D40%)

  • Preço: USD 1.227,17
  • Variação: -2,43%
  • Toneladas Exportadas: 325

 

📌 O que o Reporte SDT86 revela para o Brasil

A retração nos preços de leite em pó e queijos no Cone Sul sinaliza um ponto de atenção para o Brasil.

Para a indústria local, especialmente importadores e processadores, a queda nos valores argentinos e uruguaios representa uma janela imediata de competitividade: é possível negociar contratos com preços mais baixos, garantindo margens maiores frente a um consumidor doméstico sensível ao bolso.

No entanto, há riscos a monitorar. A instabilidade dos volumes exportados mostra que a oferta não é linear, e uma eventual recuperação dos preços internacionais pode pegar o Brasil desprevenido se não houver contratos antecipados.

Além disso, a ampliação de destinos pelos exportadores uruguaios reforça que o Brasil não é o único alvo: a concorrência internacional está ativa e pode reduzir a disponibilidade para o mercado brasileiro.

Em síntese: o Reporte SDT86 confirma que o Brasil deve agir rápido. Aproveitar o momento de preços baixos é estratégico, mas exige leitura fina dos movimentos de Argentina e Uruguai, sob risco de perder espaço para outros compradores globais.

Valéria Hamann

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