O setor lácteo está esperançoso com a possibilidade de exportar para a Argentina, que abriu seu mercado para produtos de importação pela primeira vez.
O presidente da Câmara Paraguaia das Indústrias Lácteas (Capainlac), Erno Becker, afirmou que essa notícia é muito positiva não apenas para o setor leiteiro, mas também para o setor de alimentos. Foto: Arquivo
Erno Becker, presidente da Câmara Paraguaia das Indústrias Lácteas (Capainlac), mencionou que há perspectivas de intercâmbio de produtos, embora atualmente o setor enfrente uma queda na produção.
Ele comentou isso em entrevista ao La Nación/Nación Media, destacando que recentemente foi concretizada entre os dois países a certificação de produtos entre a Direção Nacional de Vigilância Sanitária (Dinavisa) do Paraguai, em colaboração com a Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (Anmat) da Argentina, facilitando a exportação.
As instituições assinaram um acordo que permite que os produtos alimentícios, incluindo os lácteos, com registro sanitário aprovado pela Dinavisa sejam reconhecidos no país vizinho.
“É algo histórico e com a política de (Javier) Milei, de repente somos competitivos, então poderia ser um mercado”, afirmou à LN.
Ele também comentou que os produtores de leite estão sendo cautelosos para não assumir compromissos que não possam cumprir, devido à escassez de matéria-prima.
Os volumes que a Argentina poderia demandar ainda são imprevisíveis, já que é um grande produtor de leite (produz 10 vezes mais que o Paraguai), mas pode precisar de bons volumes do Paraguai.
Boa notícia
Becker garantiu que essa notícia é muito boa não apenas para o setor leiteiro, mas para o setor alimentício como um todo.
“Isso vai mudar, vai dar uma guinada na história das relações entre Argentina e Paraguai, porque a abertura da política cambial vai tornar a relação mais igualitária com o país, então surgirão oportunidades para que também possamos vender produtos a eles”, comentou.
Queda na produção
Sobre a queda na produção, o presidente da Capainlac destacou que neste ano está se produzindo menos e houve um grande esforço para cumprir com os clientes, além de manter as exportações para uma clientela estável. Estima-se que a produção inicial caiu cerca de 10% em relação ao ano passado.
“Esperamos que se recupere com a alimentação disponível no campo, o milho está com perspectiva de bom desenvolvimento, então podemos fazer uma boa silagem e assim melhorar essa situação”, afirmou. A seca foi a responsável por uma silagem de menor qualidade, o que afetou o setor lácteo.
Dados-chave
Dinavisa e Anmat da Argentina assinaram um acordo que permite a importação de produtos paraguaios.
A Capainlac destaca que se trata de uma notícia muito positiva para o setor alimentício.
Ao final do primeiro trimestre do ano, o setor lácteo exportou 2.725 toneladas, totalizando USD 10.806.345.
Traduzido e adaptado para eDairyNews 🇧🇷