ESPMEXENGBRAIND
15 out 2025
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Com 27 milhões de litros processados por dia, o setor lácteo argentino busca consolidar liderança global e atrair novos investimentos sustentáveis.
🇦🇷 Argentina aposta no leite como motor econômico e símbolo de saúde.
🇦🇷 Argentina aposta no leite como motor econômico e símbolo de saúde.

O setor lácteo argentino vive um momento decisivo, marcado por estabilidade econômica, avanços produtivos e novas oportunidades de exportação.

Durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o ministro da Saúde da Argentina, Mario Lugones, destacou a importância da alimentação e da prevenção como pilares das políticas públicas. Nesse contexto, os lácteos ganham protagonismo como aliados da nutrição e da saúde, conectando produção sustentável e bem-estar social.

🇦🇷 Argentina: força produtiva e oportunidade global

O país combina tradição e tecnologia, sendo reconhecido como um dos principais produtores de alimentos saudáveis da região. Com 27 milhões de litros de leite processados diariamente e 383 mil toneladas exportadas anualmente para cerca de 90 países, a Argentina demonstra seu potencial competitivo.

O Brasil é o principal destino dessas exportações, absorvendo quase 50% do volume total, seguido de Chile, Argélia, Rússia, Arábia Saudita, China e Estados Unidos. A indústria láctea nacional opera hoje com 48% de sua capacidade instalada, o que revela espaço significativo para expansão e ganho de eficiência.

Além disso, o fortalecimento da cadeia de valor — desde o campo até o consumidor — reforça o papel do país como referência internacional em produção sustentável e de alta qualidade.

🌍 Um mercado global em transição

O mercado lácteo mundial atravessa um período de transformação profunda. Mudanças climáticas, novas exigências sanitárias e tensões geopolíticas alteram a dinâmica da oferta e da demanda. Segundo estimativas, o mercado global de lácteos deve alcançar US$ 649,9 bilhões em 2025 e US$ 813,6 bilhões até 2030, crescendo a uma taxa anual de 4,6%.

Nos países desenvolvidos — como Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Alemanha — cresce a procura por produtos com baixo teor de açúcar, alto teor de proteína e processamento mínimo. Essa tendência abre espaço para os produtores que investem em inovação e sustentabilidade, pilares em que a Argentina já avança com consistência.

🌱 Inovação e o papel dos mercados emergentes

Enquanto mercados maduros se tornam mais seletivos, Ásia, Oriente Médio e África lideram a nova onda de consumo. Nesses destinos, a demanda por proteínas animais cresce com o aumento da renda per capita e a urbanização. Para aproveitar essa janela, a Argentina precisa otimizar sua estrutura de custos e ampliar a competitividade exportadora.

A revalorização das proteínas de origem animal nos países em desenvolvimento impulsiona o crescimento da indústria. Paralelamente, os consumidores de mercados consolidados exigem produtos funcionais, orgânicos, com baixo teor de lactose e origem sustentável — um movimento que redefine o conceito de qualidade e exige padrões nutricionais harmonizados entre os países do Mercosul.

Nesse sentido, a implementação de uma lei nacional de alimentação saudável seria um passo estratégico para alinhar o país às tendências globais de nutrição consciente e combate às doenças não transmissíveis.

💡 Investimentos e visão de longo prazo

A estabilização macroeconômica e um ambiente de negócios previsível são condições fundamentais para atrair novas inversões e consolidar o protagonismo da Argentina no cenário internacional. O setor lácteo, por sua vez, demanda gestão estratégica, inovação tecnológica e políticas públicas de fomento à produção sustentável.

O grande desafio será transformar o potencial produtivo em resultados concretos — fortalecendo marcas locais, agregando valor e abrindo novas rotas comerciais. O futuro do leite argentino depende da capacidade de unir tradição, ciência e visão global.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de El Cronista

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