A necessidade de implementação de políticas públicas pelos governos federal e do Rio Grande do Sul, visando proteger a indústria leiteira gaúcha frente aos incentivos concedidos ao setor pelo Uruguai e pela Argentina, foi reforçada durante a primeira reunião do Conselho da Agroindústria (Conagro). O encontro contou com a participação do secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul, Ernani Polo.

O fortalecimento do mercado leiteiro através de medidas de apoio fiscal, conforme o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, sempre foi descartado pelo governo federal sob a alegação de que feriria acordos firmados pelo Mercosul.

“O que defendemos é que os países vizinhos, ao adotarem políticas de incentivo, acabaram por abrir um precedente para que o Brasil possa efetivamente olhar a questão novamente, de outra forma”, disse Palharini. Segundo ele, o Sindilat está fazendo um estudo sobre os benefícios concedidos à indústria na Argentina e aos pequenos produtores no Uruguai.

Marcos Oderich, vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado do RS (Ciergs), acrescentou que a falta de unificação das legislações sobre rotulagem de produtos também é um entrave aos negócios no Mercosul. “Na parte dos produtos de alimentação, temos três legislações distintas, com exigências diferentes como para as informações nutricionais. Não há equalização e precisamos fazer uma rotulagem para cada país, aumentando os custos na indústria.”

De acordo com o secretário Ernani Polo, as demandas serão apresentadas em agendas que estão sendo construídas com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e com o de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. “Vamos estabelecer uma dinâmica para que a pasta do Desenvolvimento Econômico atue de forma transversal e integrada com as demais estruturas do Estado e da União para dinamizar o fortalecimento de todos os setores produtivos gaúchos, buscando a atração de investimentos e a abertura de mercados.”

“São temas de desenvolvimento e de sobrevivência. Vamos fazer o possível para avançar através de um trabalho conjunto”, ressaltou Alexandre Guerra, coordenador do Conagro e vice-presidente do Sindilat.

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