Reproduzimos abaixo esta declaração de assinaturas onde expressamos nossa solidariedade com a luta que está acontecendo no Chile, na região de Los Ríos, no fundo Huite, em que, por conta da crise da indústria leiteira, trabalhadores decidiram fazer uma ocupação produtiva em unidade com as comunidades mapuche que buscam recuperar seu território ancestral.
O fundo Huite é um terreno de sete mil hectares, localizado entre Paillaco, Futrono y Los Lagos, no sul do Chile. Lá, a empresa Chilterra se dedicava a produzir leite e produtos lácteos, mas, devido a crise econômica internacional e a brutal competição dos monopólios de leite do sul do Chile, entrou em um processo de reorganização judicial, quase falindo.
Nesse contexto, os trabalhadores do sindicato Chilterra, junto com comunidades mapuche da zona, iniciaram uma ocupação produtiva da empresa para evitar a falência e com isso, que famílias perdessem sua fonte de renda e trabalho. Além disso, vão um passo mais além, já que buscam manter a produção leiteira para garantir que esse alimento possa ter um preço justo para chegar nas mesas das famílias populares que hoje sofrem com a carestia de vida.
É uma experiência marcada pela unidade dos trabalhadores e mapuches organizados por causas comuns: exigem a restituição das terras ancestrais às comunidades indígenas e o não fechamento da empresa para continuar produzindo sob gestão operária, sem empresários que especulam nos preços para aumentar seus lucros.
Na perspectiva de avançar para uma soberania alimentar, se organizam para poder entregar esse alimento elementar num preço justo, podendo abastecer 500 mil pessoas, entregando leite fresco nas mesas dos lares e das crianças que são quem mais necessitam deste alimento, garantindo a entrega de um produto alimentício chave no marco de uma recessão e inflação que golpeiam duramente as famílias trabalhadoras.
Esta experiência busca dar uma saída dos trabalhadores e comunidades mapuche à crise econômica, com a perspectiva de que estas legítimas demandas possam favorecer o conjunto da população e dar fim à divisão que alguns querem impor entre o povo mapuche e o povo trabalhador chileno. A militarização das comunidades mapuche que este governo e parlamento sustentaram, como continuação de décadas da repressão do Estado chileno pós ditadura militar, deve finalizar, e é preciso avançar para resolver demandas legítimas que hoje são compreendidas e tomadas pelos trabalhadores e trabalhadoras do Chilterra.
Nós, assinantes do seguinte abaixo-assinado, nos solidarizamos com este processo e chamamos a saudá-lo com apoio nacional e internacional.
#YoApoyoLaOcupaciónProductiva (“Eu apoio a Ocupação Produtiva” de acordo com tradução para português da hashtag). Pela soberania alimentar, viva a unidade dos trabalhadores e mapuches!
Adicione sua assinatura aqui: Solidarizamos com a ocupação produtiva do fundo El Huite: Apoiamos a unidade de trabalhadores e mapuches pela soberania alimentar!