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26 dez 2025
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🌱 Descarte irregular de soro mobiliza perícia criminal e levanta suspeita de crime ambiental em Carmo do Rio Verde.
⚠️ Moradores relatam mau cheiro e risco ambiental após vazamento de soro em área urbana de Goiás.
⚠️ Moradores relatam mau cheiro e risco ambiental após vazamento de soro em área urbana de Goiás.

O vazamento de soro em um laticínio localizado em Carmo do Rio Verde, no Vale do São Patrício, passou a ser investigado como possível crime ambiental, após denúncias encaminhadas ao Ministério Público de Goiás.

O caso mobiliza a Polícia Técnico-Científica e levanta preocupações sobre impactos ambientais e riscos à saúde pública em uma área urbana do município.

A ocorrência veio a público na noite de terça-feira (23), quando a equipe do Jornal Populacional acompanhou a apuração de um descarte considerado irregular de soro de leite — subproduto da indústria láctea — que estaria sendo lançado de forma recorrente em via pública. Segundo os relatos, o vazamento de soro representa risco direto de contaminação do lençol freático e de cursos d’água da região.

A investigação é conduzida pelo perito criminal Neivaldo Coelho, da unidade da Polícia Técnico-Científica de Ceres. De acordo com o perito, a demanda chegou ao órgão técnico por meio do Ministério Público, após reiteradas reclamações da comunidade local. Conforme apurado, os episódios de descarte irregular teriam começado no dia 2 de dezembro de 2025 e estariam ocorrendo de maneira contínua.

Na manhã da própria terça-feira, Neivaldo Coelho esteve no laticínio para a realização de uma perícia criminal inicial. No entanto, naquele momento, não foi possível constatar o vazamento em flagrante. Ainda assim, segundo o perito, já havia sinais compatíveis com infrações ambientais durante os levantamentos técnicos realizados no período diurno.

Ao longo da tarde, por volta das 14h, a equipe técnica ouviu moradores das imediações, que relataram transtornos frequentes. Entre as queixas apresentadas estão o forte mau cheiro, suspeitas de contaminação de poços artesianos, fossas sépticas e cursos d’água, além do receio de comprometimento do lençol freático — fonte essencial para o abastecimento local.

Foi somente no período noturno que a situação denunciada pôde ser flagrada. Segundo Neivaldo Coelho, a equipe da Polícia Técnico-Científica conseguiu observar diretamente o vazamento de soro, confirmando o descarte irregular fora das dependências internas da indústria. Embora não tenha sido realizada perícia dentro do laticínio, diversos danos ambientais foram identificados na área externa.

Conforme explicou o perito, o soro de leite, apesar de ser um subproduto comum da cadeia láctea, possui alta carga orgânica. Quando descartado sem tratamento adequado, pode provocar sérios impactos ambientais, incluindo poluição do solo, consumo de oxigênio em corpos d’água e proliferação de microrganismos nocivos.

A denúncia apresentada ao Ministério Público aponta que a Indústria de Laticínios Genuíno estaria descartando o soro de forma recorrente na Rua Dama da Noite, no setor Jardim Cachoeira. O lançamento em via pública, segundo o documento, estaria agravando problemas sanitários, com aumento da presença de moscas, roedores e outros vetores transmissores de doenças, afetando diretamente a qualidade de vida dos moradores da região.

O caso reforça um debate recorrente no setor lácteo brasileiro sobre a gestão de subprodutos industriais. Em um contexto de crescente fiscalização ambiental, o descarte inadequado de resíduos como o soro de leite pode resultar não apenas em danos ambientais, mas também em sanções administrativas, civis e criminais para as empresas envolvidas.

Após a conclusão dos trabalhos periciais, toda a documentação técnica e os laudos elaborados pela Polícia Técnico-Científica serão encaminhados aos órgãos competentes. Caberá às autoridades ambientais e ao Ministério Público avaliar as medidas legais a serem adotadas, conforme previsto na legislação ambiental vigente.

Até o fechamento desta reportagem, a equipe do Jornal Populacional não conseguiu contato com a defesa da empresa nem com o proprietário do laticínio citado. O espaço permanece aberto para manifestações ou esclarecimentos por parte dos responsáveis.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de JP

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