O projeto que junta a Riopele, o CITEVE, o CeNTI e a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica usa o soro de leite para criar têxteis com propriedades multifuncionais, incluindo a capacidade de fazer desparecer os maus odores.
Não só conseguimos a criação de novas estruturas têxteis multifuncionais, mas também estruturas têxteis com melhores credenciais ambientais.

Este projeto realizado no âmbito do Texboost resolve duas questões, garantiu Catarina Costa, investigadora do CeNTI durante a apresentação. «O processamento dos derivados do leite, como por exemplo o queijo, gera diversos subprodutos, como é o caso do soro do leite, que é rico em proteínas que têm variadas propriedades que são de interesse.

Por outro lado, a sociedade tem vindo a mudar as suas tendências alimentares, o que faz com que consuma menos leite e este passe a ser um excedente que tem de ser descartado. Como é rico em compostos orgânicos, a sua acumulação vai provocar um problema ambiental», afirmou.

 

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O consórcio adotou três abordagens, incluindo a aplicação da fração proteica como foi fornecida em acabamentos, a transformação da fração proteica em micro e nanocápuslas com o bioaditivo e a utilização de formulações das frações proteicas no revestimento do fio. «Além do leite de vaca, que é o principal componente que estivemos a estudar, foram caracterizadas as extrações proteicas no leite de cabra e ovelha», ressalvou Catarina Costa.

Os resultados cumpriram as metas iniciais, tendo sido possível «obter as estruturas têxteis com elevadas percentagens de redução dos marcadores odoríferos» que mantêm as suas propriedades antiodor «até 15 ou 20 ciclos de lavagem», apontou a investigadora, adiantando que foi já submetido um pedido de patente.

Leite1 7maio2021A avaliação foi realizada com recurso à análise cromatográfica e a um grupo de voluntários que usou um painel sensorial, ferramenta desenvolvida especificamente para o projeto. «No fundo, ajuda-nos a complementar a tecnologia de caracterização convencional por cromatografia gasosa», explicou Lorena Coelho, investigadora do CeNTI, acrescentando que «o painel sensorial também valida a utilização do consumidor final».

No caso da utilização do acabamento e da microencapsulação, «os voluntários do painel sensorial classificaram que estes tecidos apresentavam um odor fraco a médio após o contacto com o marcador odorífero», revelou Catarina Costa. No caso do revestimento do fio, para o qual foram estudas duas formulações, há igualmente a obtenção de propriedades antiodor.

«Não só conseguimos a criação de novas estruturas têxteis multifuncionais, mas também estruturas têxteis com melhores credenciais ambientais. No fundo, estamos a conseguir ter funcionalidades que acabam por ter credenciais ambientais melhores pela utilização deste tipo de subproduto quando comparadas com os produtos utilizados convencionalmente», resumiu Lorena Coelho.

 

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