Em uma iniciativa criativa para celebrar o World Ice Cream Day, a cooperativa neozelandesa Fonterra está usando o sorvete — um clássico adorado — como porta de entrada para despertar o interesse de crianças em temas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).
A proposta faz parte do Wonder Project, um programa educacional gratuito e sem fins lucrativos da Engineering New Zealand, que tem o apoio direto da Fonterra.
A grande novidade de 2025 é o Desafio do Sorvete, uma atividade prática e divertida que será testada em escolas neozelandesas no último trimestre do ano, com lançamento nacional previsto para 2026.
O que é o Desafio do Sorvete?
Através de experimentações com diferentes receitas de sorvete, os estudantes vão explorar conceitos científicos como mudanças de estado da matéria, transferência de calor, emulsificação e segurança alimentar. Além disso, serão estimulados a refletir sobre sabor, textura, percepção sensorial, nutrição e sustentabilidade.
A ideia é tornar o aprendizado mais atrativo e mostrar, na prática, como a ciência está presente em produtos lácteos do dia a dia.
“Os alunos não vão apenas se divertir fazendo sorvete — eles vão entender a ciência por trás dele e se inspirar com profissionais neozelandeses que trabalham com STEM”, explica Shelley Pearce, diretora do Wonder Project, que também destaca o impacto positivo do contato direto com embaixadores da iniciativa nas salas de aula.
O papel da Fonterra
A Fonterra, maior cooperativa láctea da Nova Zelândia, tem atuado ativamente na construção dos materiais e conteúdos do desafio, integrando o projeto à sua estratégia de formação de talentos futuros para a cadeia leiteira.
Segundo Matt Murrell, assistente técnico da equipe de operações da Fonterra e ex-participante do programa de trainees técnicos da empresa, o objetivo não é apenas ensinar ciência, mas mostrar aos jovens o potencial que eles têm quando acreditam em si mesmos:
“Não se trata apenas de ensinar ciência ou engenharia — é sobre mostrar o que é possível quando os estudantes acreditam em suas capacidades.”
O Desafio do Sorvete também está alinhado ao programa “Careers in Dairy” da própria Fonterra, que busca apresentar o setor lácteo como uma área dinâmica, inovadora e repleta de oportunidades profissionais — desde a tecnologia de alimentos até a engenharia industrial.
Por que isso importa para o setor lácteo brasileiro?
Iniciativas como esta mostram o valor de conectar educação e setor produtivo de forma inteligente e lúdica.
O setor lácteo brasileiro, que enfrenta desafios na formação de mão de obra qualificada e na valorização da ciência aplicada ao campo e à indústria, pode se inspirar em projetos como o da Fonterra para fortalecer sua imagem junto às novas gerações.
Ao vincular o ensino STEM a produtos concretos como o sorvete — símbolo do prazer e da inovação alimentar — a Fonterra também reforça a relevância dos lácteos no cotidiano e sua conexão com temas estratégicos como sustentabilidade, nutrição e desenvolvimento tecnológico.
Um convite à imaginação
Segundo os idealizadores, a proposta é “abrir portas” para que crianças enxerguem o STEM como algo relevante, empolgante e com futuro. Através de um alimento tão simples quanto o sorvete, o projeto transforma a sala de aula em um laboratório de descobertas.
No fundo, trata-se de usar o leite — e seus derivados — como veículo para semear ideias, talentos e vocações. E talvez esteja aí um caminho possível para a indústria láctea global seguir se reinventando: investindo desde cedo no capital mais valioso de todos — o humano.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Fonterra