Pesquisadores da startup americana Savor desenvolveram um novo tipo de gordura dietética que não requer animais ou grandes áreas de terra para ser produzida. A novidade, que se assemelha à manteiga, é criada a partir de dióxido de carbono, calor, hidrogênio e oxigênio, em um processo termoquímico mais próximo do processamento de combustíveis fósseis do que da produção de alimentos tradicional.
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“Não há biologia envolvida em nosso processo específico”, explica Kathleen Alexander, da Savor, ao portal de notícias NewScientist. A empresa extrai CO2 do ar e hidrogênio da água que são aquecidos e oxidados sob alta pressão para formar gordura hidrogenada (produto comum da indústria alimentícia).
A pasta resultante é enriquecida com glicerol para formar triglicerídeos (uma forma de gordura) e, em seguida, misturada com água, emulsificante, betacaroteno (para cor) e óleo de alecrim (para sabor), para finalmente se transformar em manteiga.
Revolucionando
Segundo Alexander, as gorduras sintéticas podem revolucionar o sistema alimentar, fornecendo calorias e liberando terras para a conservação e armazenamento de carbono. Ela também destaca que a manteira derivada do ar poderia ser uma fonte de alimento crucial em caso de catástrofes ambientais.
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Davis vê um grande potencial nos alimentos sintéticos para trazer benefícios climáticos: “Se conseguirmos reduzir o uso de terras sintetizando produtos como óleo de palma e soja, intensivos em gases de efeito estufa, poderíamos realmente diminuir a quantidade de terra necessária para nossa produção de alimentos”, disse ele.
Convencer o público a adotar gorduras sintéticas em sua dieta pode ser um desafio, admite Alexander. Afinal, o produto ainda não foi aprovado pelas autoridades regulatórias nos Estados Unidos.