O mercado de lácteos entra no último trimestre de 2025 com sinais mistos entre oferta e demanda em diferentes regiões do mundo.
No Brasil, a produção avança, mas o consumo não acompanha. Nos Estados Unidos, o excesso de leite pressiona preços, enquanto na Europa o equilíbrio entre custos e margens começa a se inverter. Esses serão alguns dos temas do evento online gratuito promovido pela StoneX no próximo 29 de outubro, a partir das 9h (horário de Brasília), com o título “Mercado de Lácteos: Panorama e Oportunidades até o final de 2025”.
O encontro reunirá três especialistas de destaque do mercado internacional: Marianne Tufani, Dairy Risk Management Consultant da StoneX Brasil; Nate Donnay, Director – Dairy Market Insight nos Estados Unidos; e John Lancaster, Head of EMEA Dairy & Food Consulting na Europa. O debate abordará as principais tendências, desafios e oportunidades do setor leiteiro até o início de 2026.
Oferta e demanda: o ponto de equilíbrio do mercado global
Apesar das diferenças regionais, todos os analistas apontam que oferta e demanda continuam sendo o eixo central das discussões. Quando a produção cresce mais rápido que o consumo, os preços tendem a cair — um movimento que, segundo os especialistas, está se repetindo em várias partes do mundo.
No Brasil, conforme destaca Marianne Tufani, a modernização da pecuária leiteira impulsiona a produtividade, mas o consumo doméstico não cresce na mesma velocidade.
“Fatores econômicos limitam a absorção do volume produzido. Esse descompasso não é exclusivo do Brasil, é um cenário global. É essencial entendermos se essa tendência vai se manter e como o mercado se comportará até o fim de 2025 e início de 2026”, afirma Tufani.
O diagnóstico reforça a necessidade de estratégias de mercado e diversificação de destinos comerciais, especialmente para o setor exportador, que ainda enfrenta volatilidade nos preços internacionais.
Europa: preços altos, produção em expansão e sinais de alerta
Na Europa, os altos preços dos laticínios ao longo de 2024 e início de 2025 foram sustentados por surtos de doenças animais e pela forte demanda interna. Contudo, o cenário começa a mudar. Segundo John Lancaster, os produtores aproveitaram as margens positivas e ampliaram a produção, mas essa expansão ocorreu justamente quando os mercados começaram a dar sinais de enfraquecimento.
O resultado foi uma pressão descendente sobre os preços no terceiro trimestre de 2025, especialmente em países com forte produção de leite e queijo, como Alemanha, França e Países Baixos. “Há um risco de sobreoferta caso a demanda global não reaja até o início de 2026”, alerta Lancaster.
Estados Unidos: excesso de leite e criatividade no campo
Nos Estados Unidos, a situação é oposta, mas igualmente desafiadora. De acordo com Nate Donnay, a expansão mais rápida do rebanho leiteiro em 25 anos levou a uma oferta recorde, empurrando os preços para baixo.
Para contornar as perdas, muitos produtores estão cruzando vacas leiteiras com gado de corte e vendendo os bezerros para o setor de carne — uma estratégia que gera receitas complementares e ajuda a equilibrar os custos da atividade. “Essa prática tem se mostrado eficaz para manter a rentabilidade, mesmo diante de preços mais baixos do leite”, explica Donnay.
Brasil: um setor moderno, mas com desafios de consumo
Enquanto isso, no Brasil, a produção de leite continua crescendo impulsionada por tecnologia e eficiência, especialmente nos estados do Sul e Sudeste, responsáveis por mais de 70% do volume nacional. No entanto, a demanda interna avança lentamente, ainda impactada por fatores econômicos e pela concorrência de outros produtos de origem vegetal.
Para especialistas da StoneX, o ajuste entre oferta e consumo será decisivo para definir o comportamento dos preços domésticos e as oportunidades de exportação em 2026.
Um debate estratégico e gratuito
O evento da StoneX oferece uma oportunidade valiosa para produtores, cooperativas, indústrias e investidores compreenderem as forças globais que moldam o setor leiteiro. A participação é gratuita e a transmissão será online, permitindo o acompanhamento de qualquer lugar do Brasil e do exterior.
Com um olhar simultaneamente local e global, o debate promete revelar como o Brasil se posiciona frente aos grandes players mundiais e quais oportunidades podem surgir em meio às oscilações de preços e consumo.
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*Escrito para o eDairyNews, com informações de Portal do Agronegócio