O mercado de queijos está passando por uma transformação significativa no Brasil, impulsionado pela busca dos consumidores por conveniência, inovação e novas alternativas alimentares, segundo relatório da Pristine.
O segmento combina tradição com modernização, abrindo espaço tanto para produtos premium quanto para opções à base de plantas.
Entre as principais tendências, destaca-se o crescimento da demanda por queijos prontos para consumo, como os ralados e pré-fatiados.
Esses formatos oferecem praticidade no dia a dia e atendem ao ritmo acelerado das famílias urbanas, que buscam alimentos de preparo rápido e de fácil armazenamento.
Outra mudança relevante é a expansão das alternativas veganas e de origem vegetal, que conquistam participação de mercado em ritmo acelerado.
O público consumidor, cada vez mais atento às questões de saúde, bem-estar e sustentabilidade, pressiona a indústria a investir em formulações que entreguem sabor e textura semelhantes ao queijo tradicional.
A mussarela continua sendo a variedade mais demandada, especialmente devido à forte atuação de redes de pizzarias e estabelecimentos de food service.
Esse movimento mantém a pressão sobre a produção local e abre oportunidades para fabricantes que conseguem atender grandes volumes com regularidade e qualidade.
No segmento de valor agregado, cresce a procura por queijos artesanais e especiais premium, que chegam às gôndolas do varejo com preços mais elevados.
Esses produtos conquistam consumidores dispostos a pagar mais por diferenciação, identidade regional e características exclusivas de sabor e textura.
Outra tendência em ascensão é o uso do queijo em pó em alimentos industrializados, como salgadinhos, misturas de temperos e snacks.
A versatilidade desse ingrediente amplia a presença do queijo em diferentes categorias de produtos e fortalece a indústria de ingredientes lácteos.
Além disso, o mercado de marcas próprias vem ganhando espaço nas redes varejistas, pressionando os produtores tradicionais em suas margens de lucro.
A busca por competitividade leva indústrias a firmar contratos de fornecimento de longo prazo e, em muitos casos, a consolidar operações para reduzir riscos e garantir sustentabilidade financeira.
A sustentabilidade é outro fator central que molda estratégias. Rotulagem de carbono e compromissos ambientais estão se tornando diferenciais importantes, já que consumidores e parceiros comerciais priorizam cadeias produtivas que demonstram responsabilidade ambiental.
No campo da inovação, fabricantes têm investido em melhorias na durabilidade e conveniência do queijo ralado, ampliando a vida útil do produto e garantindo maior praticidade para diferentes ocasiões de consumo.
No entanto, o setor enfrenta desafios. A volatilidade dos preços do leite e das commodities lácteas comprime as margens dos fabricantes de queijo, principalmente em períodos de alta no preço pago ao produtor.
Nesse cenário, as indústrias precisam decidir entre absorver os custos ou repassá-los ao varejo, o que pode afetar diretamente a demanda. Para os pequenos e médios produtores, o risco é maior, o que leva à necessidade de adaptação e, em muitos casos, à consolidação do setor.
O relatório da Pristine reforça que o queijo mantém sua posição como alimento básico e de fácil digestão, mas agora inserido em um contexto em que o consumidor valoriza também os atributos de saúde e funcionalidade.
A crescente preferência por lanches ricos em proteínas e formatos práticos impulsiona inovações em SKUs voltados tanto para o varejo quanto para o food service.
Entre as iniciativas da indústria, destacam-se as reformulações de produtos, o lançamento de variantes fortificadas com maior teor de proteína e a expansão das embalagens em formatos portáteis, ideais para consumo fora de casa.
Dessa forma, o mercado de queijos no Brasil se consolida como um setor dinâmico, que combina tradição, inovação e adaptação às novas demandas de consumo. O futuro aponta para maior diversidade de opções, mais tecnologia aplicada à conveniência e crescente valorização da sustentabilidade como diferencial competitivo.